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Tales Torraga

REPORTAGEM

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14 anos hoje: o dia em que Messi e Maradona levaram 6 a 1 da Bolívia

Maradona foi técnico de Messi na Copa do Mundo da África em 2010  - Alex Livesey - FIFA/Getty Images
Maradona foi técnico de Messi na Copa do Mundo da África em 2010 Imagem: Alex Livesey - FIFA/Getty Images

Colunista do UOL

01/04/2023 08h22

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Faz exatos 14 anos hoje. Foi em um 1º de abril de 2009, e até o argentino mais pessimista acharia mentira que a seleção levaria 6 a 1 da Bolívia em La Paz, e ainda pedindo clemência para o vexame não ser maior.

A histórica derrota teve um grave erro antes mesmo de o jogo começar.

Amigo do presidente boliviano Evo Morales, Diego Maradona, então técnico da seleção argentina, aceitou jogar às 15h30, quando a altitude de 3.640 metros se sente mais pela baixa umidade.

Bem a seu estilo, Maradona se considerava capaz de passar por cima até da altura.

Repetiu oito titulares da vitória por 4 a 0 sobre a Venezuela na rodada anterior das Eliminatórias, com a Bolívia adotando ideia diferente, guardando seus atletas mais acostumados à altitude justamente para encarar Messi e companhia.

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Marcelo Moreno marca pela Bolívia nas Eliminatórias e torcedores provocam Cruzeiro
Imagem: GettyImages

Pediram para aliviar

A Argentina foi a campo com Carrizo; Zanetti, Demichelis, Heinze e Papa; Lucho González, Gago, Mascherano e Maxi Rodríguez; Tevez e Messi.

Mal tiveram tempo de amarrar as chuteiras e aos 11 minutos já estava 1 a 0 para a Bolívia, gol de Marcelo Moreno. Lucho González empatou chutando de longe, mas o primeiro tempo terminou 3 a 1 para os locais.

A segunda metade foi arrasadora.

A Bolívia vencia por 5 a 1 aos 20 minutos e ainda tinha um homem a mais pela expulsão de Di María.

E o que a Argentina fez?

Em diálogo constante com Maradona à beira do campo, os jogadores, Messi inclusive, pediram um alívio para os bolivianos em respeito à vergonha alheia.

Tanto foi assim que o autor do quinto gol, Botero, cruzou os braços em sinal de "chega, acabou".

Que nada: o sexto ainda saiu aos 41. A comissão técnica revelou depois que o próprio Evo Morales acertou um prêmio de 2.000 dólares por gol de diferença sobre a Argentina.

Os 6 a 1, assim, renderam 10.000 dólares para cada integrante daquela seleção. Rendeu também uma goleada que encerra qualquer discussão de futebol nas ruas de Buenos Aires entre bolivianos e argentinos (mas é melhor não provocá-los com isso, ainda mais depois do merecido tri no Qatar).