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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Técnico balança, e Racing enfrenta crise a uma semana de receber o Flamengo

Técnico Fernando Gago, do Racing - Divulgação Racing
Técnico Fernando Gago, do Racing Imagem: Divulgação Racing

Colunista do UOL

27/04/2023 04h00

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Daqui a exatamente uma semana, o Racing abre os portões do Cilindro de Avellaneda para receber o Flamengo, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores da América.

O gigante argentino, porém, tem muito a resolver internamente.

A fase atual é tão ruim que há até o risco de queda do técnico Fernando Gago. Um dos mais jovens treinadores do continente, com apenas 37 anos, ele despontou como enorme promessa e hoje ouve, de parte da torcida e da imprensa, que seu ciclo está encerrado.

O que leva a este diagnóstico? O Racing ocupa apenas a 12ª colocação do Campeonato Argentino, depois de 13 rodadas disputadas. A decepção é gigante. Na pré-temporada, Victor Blanco, o presidente do clube, falava até em título, discurso que era aplicado também à Libertadores.

Nos últimos quatro jogos do Campeonato Argentino, o Racing perdeu três, para Gimnasia y Esgrima, Newell's Old Boys e Atlético Tucumán. E empatou por 1 a 1 com o Independiente no clássico local.

E o que deixa a situação mais difícil para o clube antes de encarar o Flamengo é que vem justamente mais um clássico, contra o Boca, na Bombonera, às 21h30 (de Brasília) de sábado (29).

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Fernando Gago, técnico do Racing, da Argentina
Imagem: Divulgação

Raras vaias

A situação no Racing é tão anormal que o time foi vaiado por parte do público na derrota por 3 a 1 na última segunda (24) para o Atlético Tucumán, algo raro na torcida famosa pela fidelidade.

Os fanáticos, que até semanas atrás comemoravam a boa fase da "Gagoneta", paródia com a "Scaloneta" campeã do mundo no Qatar, inundaram as redes sociais com "Gago precisa ir embora", algo ouvido também nas arquibancadas do Cilindro no começo da semana.

Os torcedores desconfiam da falta de eficiência da equipe, que no ano passado mostrou um futebol vistoso, mas de eliminações constragedoras na Copa Sul-Americana e na Copa Argentina, além de perder de maneira apática o Campeonato Argentino na última rodada, para o Boca Juniors.

O Racing recuperou parte da confiança ao conquistar duas copas de jogo único contra o Boca, mas a realidade negativa da equipe voltou a colocar Gago em xeque.

A seu favor ele tem o fato de que o time tem sofrido com muitas lesões. Para o jogo de sábado na Bombonera, três jogadores devem retornar: Matías Rojas, Gonzalo Piovi e Aníbal Moreno.

Sem eles, o Racing na liga local tem intrigado até quem segue o time em detalhes, sem conseguir entender a escalação de Gago nas últimas partidas.

O grande álibi do técnico está na Libertadores, com liderança e duas vitórias em dois jogos (2 a 0 no Ñublense-CHI e 3 a 2 no Aucas-EQU), mas convém não minimizar a fúria local até com a identificação de Gago com o Boca, clube onde mais jogou na Argentina.

Tal passado é sempre usado pelos torcedores do Racing para questionar a falta de sintonia do treinador com a "Academia" de Avellaneda.