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Quem é o elogiado técnico do River que pega amanhã o Flu de Fernando Diniz
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Líder absoluto do Campeonato Argentino, seis pontos à frente do segundo colocado (o San Lorenzo), o River Plate fará um interessante clássico às 21h (de Brasília) de amanhã (2) diante do Fluminense, no Maracanã, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores da América.
A fase do gigante portenho na Argentina é tão boa que já há diversas brincadeiras da torcida para gozar os rivais. Uma das mais repetidas é dizer que o time agora é o "River de Munique", treinado pelo "alemão" Martín Demichelis.
A ironia tem seu sentido.
Ex-zagueiro do River e da seleção argentina, Demichelis, de 42 anos, era até 2022 o técnico do time B do Bayern, respeitadíssimo depois de oito temporadas como zagueiro por lá. Suas entrevistas para as TVs argentinas são riquíssimas, para se ouvir muitas vezes.
Fanático por tecnologia e alinhado com o que há de mais moderno no futebol europeu, "Micho", como é chamado na Argentina, adora trabalhar com jovens e vem demonstrando uma comprovada sintonia com os medalhões deste River, o volante Enzo Pérez e o meia Nacho Fernández.
Melhor River desde 2020
Este River está voando, como já contamos, e a Libertadores teve um "flash" da capacidade deste time contra o Sporting Cristal-PER, há duas semanas, no Monumental de Núñez lotado.
Logo aos 6 minutos, o River levou um gol, provando que, além de técnica, tem a raça tão exigida pela sua gigante torcida. Os armadores são dos melhores hoje na Argentina: Nacho Fernández, Nicolás De La Cruz e Esequiel Barco.
O começo de Demichelis é, de fato, de um grande treinador. Suas mexidas no time ante o Sporting Cristal foram simplesmente brilhantes, coroadas pelo golaço espetacular do reserva Solari, de cobertura, depois da assistência "maradoniana" de Enzo Pérez. O 4 a 2 poderia ser até maior.
O primeiro enorme mérito do novo treinador do River já foi devidamente alcançado: em Núñez, ninguém mais fala de Marcelo Gallardo.
O maior treinador da história do clube é página virada. Uma página dourada, inesquecível, mas devidamente superada.
Por falar em superar, algo que este River precisa realmente elevar é a defesa, que ainda sofre aqui e ali.
É um time de meio-campo espetacular, ataque bom e defesa regular (às vezes irregular, como nesta Libertadores).
Quem vive o futebol argentino de perto crava que este River já está pronto para bater os brasileiros, menos dominantes que nas Libertadores passadas.
É cedo para falar isso de Palmeiras e Flamengo, mas não para afirmar que estamos, de fato, diante de um River mais forte que nos anos anteriores. É um time que não tem nada a ver com o que ficou pelo caminho contra o Vélez Sarsfield em 2022 e ante o Atlético-MG em 2021.
E isso já traz um grande mérito para quem chegou sob desconfiança e agora se despede, emocionado, de um estádio lotado extremamente aplaudido, como Demichelis.
A euforia é tamanha que já há até uma engraçada paródia.
Como o apelido de Demichelis é "Micho", agora temos a "Michoneta", em alusão à "Scaloneta", campeã da Copa do Mundo no Qatar.
(E o que era a "Scaloneta"? Um transporte coletivo, meio ônibus, meio van, em que todos viajam felizes e terminam campeões. Os argentinos são realmente criativos como poucos, e os livros e filmes estão aí para reforçar.)
Brincando ou não, o fato é que, depois de 18 jogos, técnico nenhum dos 121 anos de história do River teve os números que Demichelis exibe hoje: são 14 vitórias, 1 empate e 3 derrotas.
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