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5 a 1 para o Flu: o que explica a pior derrota da história do River Plate
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Clube argentino com mais participações na Libertadores da América (39), o River Plate sofreu ontem (2) sua pior derrota na história da competição ao levar 5 a 1 do inspirado Fluminense no Maracanã.
(Até então, o maior vexame era 4 a 0 para o Grêmio nas oitavas de 2002.)
Além do óbvio mérito tricolor, a análise do mais duro revés da história do gigante portenho merece uma análise mais profunda —e o primeiro a se evitar em tal reflexão é a batida história de que "o futebol brasileiro é muito superior ao argentino, cada vez mais uma várzea".
Tanto não é assim que dos três confrontos de ontem entre argentinos e brasileiros, apenas o Fluminense venceu. Bragantino e Estudiantes empataram por 0 a 0, e o Newell's Old Boys venceu o Santos por 1 a 0.
É evidente que o futebol brasileiro atravessa momento melhor —muito pela contratação de argentinos como Germán Cano, convenhamos.
Defesa
Na coluna de ontem prevíamos que este River sofreria com a defesa. Em dois jogos da Libertadores, somava cinco gols sofridos. E o que era pior: no Maracanã, teria dois desfalques, o zagueiro Paulo Díaz e o lateral-direito Enzo Díaz.
Sem entrosamento e sem solidez, o gigante portenho levou, em apenas 90 minutos no Maracanã, os mesmos cinco gols que havia sofrido nos dois jogos anteriores.
O mais curioso: os agora dez gols sofridos em apenas três jogos na Libertadores superam, de longe, os seis que o River levou em nada menos que 14 rodadas até aqui no Campeonato Argentino que lidera com folga (seis pontos à frente do San Lorenzo, o segundo colocado).
Expulsão
O grande álibi do técnico Martín Demichelis na entrevista coletiva de ontem era dizer que, no 11 contra 11, o jogo estava 2 a 1 para o Fluminense, e com grandes possibilidades de empate.
O cartão vermelho ao zagueiro Leandro González Pirez aos 23 minutos do segundo tempo foi determinante para o atropelo tricolor.
"O árbitro acabou tendo conosco um rigor que não teve com o Fluminense", falou o treinador, questionando por que Felipe Melo não foi expulso por entrada dura ainda no primeiro tempo.
Demichelis
O treinador arriscou demais e perdeu tudo.
Quando estava apenas 2 a 1 atrás, tirou um zagueiro (Mammana) para colocar um atacante (Solari). O único zagueiro de ofício na linha de três no fundo era González Pirez, que compunha o trio defensivo com os improvisados Enzo Pérez (volante) e Milton Casco (lateral).
Foi assim, arriscando, que Demichelis alcançou a goleada por 4 a 2 sobre o Sporting Cristal, há duas semanas. Mas o Fluminense não é um time do Peru, e o Maracanã não é o Monumental para mudanças tão otimistas. O técnico argentino falhou na leitura do jogo.
Descontrole
Ainda antes de ficar com dez jogadores em campo, o River mais batia e tentava se impor do que jogar o futebol refinado que marcou sua temporada até aqui.
Um grande exemplo disso foi Nacho Fernández. O "cérebro" do River ontem esteve particularmente irritado, e o time sentiu demais. Enzo Pérez e Barco, em menor medida, fizeram o mesmo.
Franco Armani, fraco ao sair do gol, também teve sua cota de responsabilidade.
A única boa notícia da noite veio de Lima, no Peru, com a vitória do Sporting Cristal sobre o The Strongest-BOL.
Com o resultado, ambos somam três pontos, mesma quantidade do River, que tem, sim, condição de conquistar os próximos nove, encarando Fluminense e The Strongest em casa e visitando o Sporting Cristal, que não põe medo nenhum, mesmo depois do atropelo sofrido ontem no Rio.
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