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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Entenda o que causou a briga generalizada no River x Boca de ontem

Briga generalizada marcou o River x Boca de ontem no Monumental - Reprodução AFA
Briga generalizada marcou o River x Boca de ontem no Monumental Imagem: Reprodução AFA

Colunista do UOL

08/05/2023 04h00

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A coluna começou o domingo dizendo que o "superclássico" de ontem (7) na Argentina prometia ser o mais quente dos últimos anos.

Pois o River Plate x Boca Juniors terminou com a maior briga generalizada das últimas décadas. Foram sete expulsões, para espanto dos quase 90.000 fanáticos que superlotaram o Monumental de Núñez (o público oficial de 83.198 pessoas).

O River venceu por 1 a 0, gol de pênalti de Miguel Borja, ex-Palmeiras e Grêmio, aos 48 minutos do segundo tempo.

Na comemoração, o meia Agustín Palavecino, do River, provocou os zagueiros do Boca —Nicolás Figal em especial.

Em entrevista no começo da semana, Figal disse que "iria buscar um bom resultado no galinheiro", apelido depreciativo do Monumental de Núñez.

(A coluna explicou em 2021 por que o River é jocosamente chamado de "galinha" na Argentina, o post está aqui.)

A Rádio La Red, líder do esporte em Buenos Aires, fez uma leitura labial de Palavecino berrando a Figal que ele "perdeu no galinheiro", irritando os rivais, incluindo o sempre equilibrado goleiro Sergio Romero, de 36 anos, titular da seleção argentina nas Copas do Mundo de 2010 e 2014.

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Jornal "Olé" destaca briga no River x Boca de ontem
Imagem: Reprodução

Descontrole até dos experientes

"O River e seu técnico anterior [Marcelo Gallardo] conseguiram que falassem muito bem deles, e agora é inadmissível que um jovem provoque o adversário em vez de comemorar com os colegas", reclamou Romero na entrevista coletiva dos vestiários.

A briga generalizada terminou com os jogadores trocando empurrões, socos e pontapés entre si e até com policiais. Mesmo Marcos Rojo, zagueiro do Boca, que não jogou ontem, machucado, foi mostrado aos golpes com os adversários.

Os expulsos do River no "superclássico" foram Palavecino e dois reservas: o goleiro Centurión e o lateral Elías Gómez.

Do Boca, os quatro que levaram o cartão vermelho foram o atacante Merentiel, o meio-campista Equi Fernández, o zagueiro Valentini e o técnico Jorge Almirón.

A arbitragem de Darío Herrera foi extremamente questionada, gerando enorme irritação de ambas as partes.

O próprio pênalti que originou o gol da vitória —toque ingênuo do lateral Sandez no atacante Solari— teve opiniões divididas nas rádios e nas TVs da Argentina. A partida contou com o VAR, como hábito na liga local.

Todos, porém, concordaram que o jogo deveria ter mais expulsões que as sete da briga final.

Só o primeiro tempo terminou com sete cartões amarelos (foram oito no total).

Por parte do Boca, fica a lamentável sequência de duas brigas seguidas em clássicos no Campeonato Argentino. Há nove dias, já houve socos e violência na vitória sobre o Racing.

Com o 1 a 0 de ontem, o River disparou na liderança do Campeonato Argentino.

Com 15 rodadas, o gigante de Núñez tem agora 38 pontos, nove a mais que o segundo colocado, o San Lorenzo, que joga em casa às 17h de hoje (8) contra o Defensa y Justicia.