Mundial Sub-20 começa hoje na Argentina, que torce para enfrentar o Brasil

Cancelado em 2021 pela pandemia de covid-19, o Mundial Sub-20 começa hoje (20) na Argentina, que receberá 504 jogadores, de 24 países participantes.

As quatro primeiras partidas serão Guatemala x Nova Zelândia (às 15h de Brasília deste sábado), Estados Unidos x Equador (também às 15h), Argentina x Uzbequistão (às 18h) e Ilhas Fiji x Eslováquia (também às 18h).

Na Argentina, além da anfitriã, o favoritismo é repassado também a Brasil, Uruguai, Inglaterra e França, mas vale ficar de olho nas tradicionais surpresas africanas. Em guerra, a Ucrânia, atual campeã, na edição de 2019, não conseguiu vaga.

Outro ponto que chama bastante atenção nas conversas argentinas sobre o Mundial Sub-20 é a torcida por um mata-mata da azul e branca com o Brasil —concretizando, afinal, o duelo que quase ocorreu na Copa do Mundo do Qatar, no ano passado, quando os comandados por Tite foram eliminados pela Croácia, adversária argentina na semifinal.

A coluna repassa agora o que de mais importante vale saber sobre o Mundial Sub-20.

Por que na Argentina?

O Mundial Sub-20 estava inicialmente programado para ser realizado na Indonésia, que tinha a intenção de vetar a seleção de Israel por apoio à Palestina. A Fifa interferiu na situação e tirou a sede de lá.

Depois de semanas de negociações com a Argentina, a entidade anunciou em 17 de abril que o país vizinho receberia a competição.

A jogada da AFA (Associação de Futebol Argentino) foi certeira: a seleção azul e branca não conquistou a vaga para o Mundial, sendo eliminado do Sul-Americano da categoria ainda na primeira fase.

Agora como país-sede, a Argentina abre o Mundial com a alta expectativa do torcedor para chegar ao seu sétimo título na competição, recorde entre todos os países. A azul e branca faturou as edições de 1979, 1995, 1997, 2001, 2005 e 2007, contando com o brilho de ninguém menos que Diego Maradona (em 1979) e Lionel Messi (em 2005).

Mascherano x Ramón

A seleção argentina terá como técnico um velho conhecido do torcedor brasileiro: o ex-volante Javier Mascherano, que chegou a se demitir depois do Sul-Americano, mas foi convencido a voltar atrás.

Sua seleção tem jogadores interessantes como o lateral-esquerdo Valentín Barco, do Boca Juniors, os volantes Máximo Perrone (Manchester City) e Federico Redondo (Argentinos Juniors) e os atacantes Luka Romero (Lazio) e Matías Soulé (Juventus).

Histórica potência na categoria, o Brasil comandado por Ramon Menezes vive uma situação das mais estranhas: o treinador pode ser chamado pela CBF em pleno Mundial para comandar a seleção principal em dois amistosos na Europa, a exemplo do que ocorreu em março, contra o Marrocos.

O grande destaque talvez seja o meio-campista e capitão Andrey Santos, vendido do Vasco para o Chelsea por R$ 113,7 milhões.

Na Argentina, o Brasil está no grupo ao lado de Itália, Nigéria e República Dominicana. A estreia, domingo, é contra os italianos. Os outros jogos, contra dominicanos e nigerianos, serão nos dias 24 e 27, respectivamente.

Desfalques

Como sempre costuma ocorrer nos Mundiais das categorias de base, há uma série de jogadores de destaque que não foram liberados pelos seus clubes para a competição da Fifa.

Por parte da Argentina, o desfalque mais sentido é o de Alejandro Garnacho, atacante de 18 anos do Manchester United.

O Brasil não terá Vitor Roque, do Athletico Paranaense, e o Uruguai não poderá contar com Álvaro Rodríguez, do Real Madrid, mesmo caso da França com Mohamed Ali-Cho (Real Sociedad) e da Colômbia com Jhon Durán (Aston Villa).

Sedes

Serão quatro estádios argentinos envolvidos na competição: o Estádio Único Diego Armando Maradona, em La Plata (capacidade de 53.000 lugares), o Bicentenário de San Juan (25.000 pessoas), o Estádio Madre de Ciudades de Santiago del Estero (42.000 torcedores) e o Malvinas Argentinas de Mendoza (30.000 assentos).

A estreia da Argentina será em Santiago del Estero, com as semifinais e a final ocorrendo em La Plata.

A Argentina nesta primeira fase joga em Santiago del Estero e San Juan, enquanto o Brasil realiza suas partidas em Mendoza.

Buenos Aires, capital que tem dezenas de estádios, não receberá o Mundial sub-20 para não interferir no calendário dos clubes.

Grupos e formato de disputa

São seis grupos de quatro seleções, somando 24 participantes. Os dois melhores de cada chave se classificam, assim como os quatro melhores terceiros colocados. Há mata-matas simples das oitavas de final em diante, e só neles seria possível um confronto entre brasileiros e argentinos.

A primeira fase vai até o dia 28 de maio; a decisão será em 11 de junho.

Os grupos:

Grupo A: Argentina, Uzbequistão, Guatemala e Nova Zelândia

Grupo B: Estados Unidos, Equador, Fiji e Eslováquia

Grupo C: Senegal, Japão, Israel e Colômbia

Grupo D: Itália, Brasil, Nigéria e República Dominicana

Grupo E: Uruguai, Iraque, Inglaterra e Tunísia

Grupo F: França, Coreia do Sul, Gâmbia e Honduras