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Tales Torraga

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Obrigado a ser 100%, River Plate corre risco do maior vexame em 14 anos

River Plate precisa vencer as duas para seguir na Libertadores - Getty Images
River Plate precisa vencer as duas para seguir na Libertadores Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

26/05/2023 07h30

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Esteve perto de ganhar, esteve perto de perder. Empatou.

O 1 a 1 do River Plate ontem (25) fora de casa contra o Sporting Cristal, no Peru, deixou o gigante argentino com a obrigação de vencer as suas duas próximas partidas para seguir na Libertadores.

Prever três pontos certos contra o Fluminense, na próxima rodada, no dia 7 de junho, no Monumental de Núñez, é hoje um exercício de otimismo que ninguém na capital portenha tem condição de fazer.

O compromisso final, contra o The Strongest, também no Monumental, no dia 27, nem chega a ser dos mais ameaçadores. O difícil vai ser chegar lá com vida.

O River que falha sempre na defesa ontem pecou de novo.

O erro grave de Armani, que foi sair jogando e "deu" o gol ao Sporting Cristal, merece ser ressaltado, mas os zagueiros e os laterais de novo atuaram mal.

Imaginar que o sistema defensivo vai encontrar uma solução mágica é ingenuidade. O técnico Martín Demichelis, zagueiro da seleção argentina em duas Copas do Mundo, "rodou" todo o setor, mas jamais encontrou segurança.

Segurança faltou também ao ataque, mesmo com um jogador a mais por quase meia hora.

O primeiro tempo do River no Peru poderia terminar com vitória folgada, mas faltou contundência. Miguel Borja, herói contra o Boca, desta vez foi vilão ao perder o pênalti que daria a vitória.

O River tem diante de si os dois jogos mais tensos da sua história na Libertadores desde 2009 —exatamente a última edição, até a de agora, que o clube disputou sem o técnico Marcelo Gallardo no banco de reservas.

Naquela Libertadores, 14 anos atrás, o River, então treinado por "Pipo" Gorosito, foi eliminado pela última vez na fase de grupos, em uma chave na qual passaram o Nacional, do Uruguai, e o San Martín, do Peru.

O jornal "Olé" agora nas bancas de Buenos Aires ressalta com a criatividade de sempre o que vem por aí: este River atravessa mesmo um "futuro de Cristal".

O Boca, como ressaltamos ontem, também corre risco de queda logo na fase de grupos.

Os dois gigantes argentinos, outrora "reis" da América, hoje precisam descer do salto e jogar o velho futebol aguerrido que também caracteriza o país.

Mas desta vez, apenas para chegar ao mata-mata. Tristes novos tempos argentinos.