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O que sabemos sobre a morte de ontem no estádio Monumental, do River Plate
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Tragédia. A palavra que dá a manchete ao jornal "Olé" agora nas bancas de Buenos Aires relata a comoção do fim de semana na Argentina, na morte de Pablo Marcelo Serrano, torcedor do River Plate que despencou da arquibancada mais alta do Monumental de Núñez e morreu na hora.
A queda primeiro causou a paralisação, e depois a suspensão do River Plate x Defensa y Justicia, pela 19ª rodada do Campeonato Argentino (das 27 previstas).
O jogo, que não saiu do 0 a 0, impactava também o Fluminense, próximo adversário do River, quarta-feira (7), no mesmo Monumental, pela Libertadores da América.
Líder do campeonato argentino, quatro (41 a 37) pontos à frente do segundo colocado, o Talleres, o River usava time misto, para priorizar a "decisão" contra o Fluminense.
O gigante portenho é obrigado a ganhar —do Flu que lhe impôs 5 a 1— para seguir com chances de passar para as oitavas de final da Libertadores.
Mergulhada na cobertura do River x Defensa muito antes da tragédia, a coluna conta agora mais um "sábado de loucos" em Buenos Aires:
Onde ocorreu
Quem acompanha futebol há bastante tempo certamente conhece o setor onde ocorreu a morte: a arquibancada chamada de Tribuna Sívori Alta.
É onde fica o placar eletrônico, símbolo da Copa do Mundo de 1978, disputada lá, em Núñez, na final com a Argentina campeã em cima da Holanda.
A altura da Sívori Alta para a Sívori Baixa, onde o corpo caiu, era de 16 metros, segundo o cálculo levado ao ar pela TyC Sports, canal da TV argentina.
O nome do setor é homenagem ao atacante Omar Sívori, vendido do River para a Juventus em 1957, cuja venda permitiu a verba para finalizar a construção do estádio.
O Monumental tinha formato de ferradura —com o setor complementar, somou os quatro "gomos" da histórica arquibancada inaugurada justamente no Mundial 1978.
O que houve
O Monumental estava lotado pela 35ª vez seguida, recebendo público oficial de 83.193 torcedores. De acordo com o River, a Sívori Alta estava com 90% de sua capacidade ocupada.
A queda ocorreu no sexto minuto de jogo (estimava do jornal "Clarín", o maior da Argentina). Tão logo houve o impacto, a torcida do local, junta, começou a gritar, desesperada, "Parem a partida, a puta que pariu", alertando policiais, médicos e o árbitro da partida, Fernando Rapalini, que primeiro paralisou, aos 14 minutos, e depois deu o encontro por encerrado, aos 25 minutos do 1º tempo por "emergência médica nas tribunas", segundo seu relato entregue à AFA (Associação do Futebol Argentino).
Ainda não está definida a nova data para o River x Defensa.
De acordo com o responsável pelo atendimento médico, Alberto Crescenti, o torcedor foi encontrado com "um traumatismo craniano severo que tirou sua vida de maneira instantânea".
A vítima
Pablo Marcelo Serrano, de 53 anos, vivia em Haedo, cidade que fica na província de Buenos Aires, a 25 quilômetros do estádio do River.
Ele frequentava o Monumental desde 1993 e fazia parte de uma pequena torcida organizada, a "Los Pibes de 20", chegando ao estádio em ônibus com amigos e filha, de 15 anos.
Seu corpo foi reconhecido justamente pela filha.
Ela estava em outro setor do Monumental —não informado até aqui, assim como seu nome (é adolescente).
Ela soube da queda quando esperava o pai para sair do estádio. Foi levada ao local e confirmou: era o pai.
As causas
A polícia investiga duas possibilidades: a primeira, que Pablo tenha perdido o equilíbrio e caído acidentalmente. A segunda hipótese: que ele tenha se suicidado.
Ele ter sido jogado por outra pessoa? Não é levado em consideração até aqui.
Em sua nota oficial, o River informou que Pablo "saltou ao vazio". Os fiscais que apuram o caso averiguam agora se ele estava mesmo sentado em um parapeito para depois cair, segundo informaram testemunhas.
A autópsia vai (provavelmente na quarta-feira) revelar se houve consumo de álcool ou não.
O futuro
A Sívori Alta estará fechada até terça-feira para perícia.
O Monumental de Núñez, de acordo com o River, estará normalmente habilitado para o jogo de quarta-feira com o Fluminense.
Depois da tragédia de ontem, a iniciativa da ampliação será debatida no clube e decidida, amanhã, se será levada adiante de fato.
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