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Por que Flu enfrenta River com estádio lotado mesmo após morte de torcedor
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A quarta-feira (7) em Buenos Aires está com ansiedade típica de decisão.
Mas não de final de Libertadores da América. Para a torcida do River Plate, que enfrenta o Fluminense às 21h30 (de Brasília) no Monumental de Núñez, o clima é de uma verdadeira Copa do Mundo.
Será, para o gigante portenho, a chance de conseguir a revanche da sua pior goleada sofrida na Libertadores (5 a 1 no Maracanã em 2 de maio), além de seguir com chances de passar às oitavas de final da competição.
O River segura a lanterninha do grupo e precisa pelo menos de um empate hoje com o Flu para rezar por uma combinação de resultados e ganhar de qualquer jeito na última rodada.
Batendo os brasileiros, o River dependerá apenas das suas forças no jogo decisivo, contra o The Strongest, também no Monumental, no dia 27 de junho.
O clube argentino não é eliminado da Libertadores ainda na fase de grupos desde a edição de 2009.
Depois da tragédia, o jogo histórico
O River segue abalado com a morte do torcedor que despencou de uma arquibancada. Pablo Serrano, de 53 anos, caiu da Tribuna Sívori Alta, famosa pelo placar eletrônico, e morreu no local no último sábado (3), no começo do jogo contra o Defensa y Justicia, paralisado aos 25 minutos do primeiro tempo (ainda com 0 a 0) por conta da tragédia.
O local esteve fechado para perícia até a tarde de ontem (6), quando a fiscal Celsa Ramírez, que trabalha no órgão que cuida dos eventos de massa em Buenos Aires, aceitou a documentação do River mostrando que a morte não foi causada por falhas na estrutura do estádio.
Com laudos, vídeos e fotos, o relatório entregue pelo River comprovou às autoridades que a capacidade foi respeitada no local.
O circuito interno de segurança mostrou o torcedor entrando no estádio com o jogo em andamento. Na pressa para encontrar um lugar, ele, que tinha problema em um dos braços, segundo seu irmão, perdeu o equilíbrio ao se apoiar indevidamente no parapeito na arquibancada.
Na tarde de ontem, em Buenos Aires, as TVs debateram o costume argentino de se pendurar nos parapeitos dos estádios, nos semáforos e até no Obelisco na comemoração do título da Copa do Mundo do Qatar, debatendo se tal traço cultural era o causador de tais tragédias, relativizando a responsabilidade do clube nesses casos.
Afinal, são os torcedores, por vontade própria, que assumem tais práticas perigosas com o seu respectivo risco.
Outro exemplo: os fanáticos que se jogaram de uma ponte e caíram no meio dos jogadores, parando o desfile dos campeões do mundo no ano passado.
Como será hoje
Para habilitar o setor, o River elaborou um "plano de contingência" e se comprometeu a escalar 150 policiais a mais, especialmente nos locais onde os torcedores assistem aos jogos pendurados.
Será também proibida a colocação de bandeiras em tais pontos, justamente para não comprometer o trabalho dos policiais e as filmagens de segurança.
Haverá ainda a aplicação do bafômetro —o consumo de álcool é proibido nos estádios da elite argentina e nos comércios legais ao redor, mas muitos estacionam carros, abrem o bagageiro e vendem (e tomam) de tudo.
O jogo desta quarta contra o Fluminense será histórico antes mesmo de começar: o Monumental terá uma nova capacidade máxima, somando 86.000 torcedores e reforçando sua condição de maior estádio da América do Sul. Até sábado, eram 83.183 os espectadores oficialmente permitidos por lá.
O acréscimo será por conta da inauguração de uma nova "geral", onde antes ficava a pista de atletismo. Chamado de "Belgrano", o setor é onde são tradicionalmente posicionadas as câmeras de TV.
Defesa que não defende
Em campo, o River terá a enorme dificuldade de não contar com seu capitão, o volante Enzo Pérez (com três amarelos), que cedeu sua tarja ao goleiro Franco Armani, muito questionado por falhas seguidas nas últimas partidas.
Precisando da vitória, mas com uma defesa que sofreu 11 gols em apenas quatro jogos, o River não terá nenhum volante defensivo para substituir Enzo Pérez.
O técnico Martín Demichelis vai escalar esta zona do campo com Aliendro, Nacho Fernández, De La Cruz e Barco, todos dinâmicos e técnicos, mas pouco combativos.
O ataque desta vez terá dois jogadores, Solari e Beltrán, e a defesa será uma preocupação constante, pois o zagueiro e lateral Enzo Díaz está fora por contusão no joelho.
A formação por ali será Herrera, Rojas (ou Paulo Díaz, também convalescente), González Pirez e Casco.
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