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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Por que Messi vai jogar na Bombonera e em Rosário neste fim de semana

Juan Román Riquelme entrega camisa do Boca Juniors a Messi - Reprodução/Instagram
Juan Román Riquelme entrega camisa do Boca Juniors a Messi Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

24/06/2023 04h00

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Lionel Messi completa 36 anos hoje (24), e a festa na Argentina promete não ter hora para acabar.

Capitão finalmente campeão da Copa do Mundo, o primeiro aniversário do craque depois do tri deve marcar outro "antes e depois" na sua relação com o fanático torcedor argentino.

Antigo alvo de insultos, cusparadas e agressões em seu país, o camisa 10 hoje é reverenciado como poucos outros esportistas na história da Argentina —e não falamos só do futebol.

Para marcar a mudança de rumo que os títulos pela seleção lhe trouxeram nos últimos anos, duas enormes homenagens estão previstas a ele neste final de semana.

Muitos dizem que será a maior ovação que um jogador argentino recebeu em todos os tempos no país, e há razões para imaginar que será realmente assim.

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Messi e Maxi Rodríguez posam com a camisa do Newell's em Rosário
Imagem: Divulgação NOB

A Pulga e a Fera

O primeiro encontro de Messi com o torcedor argentino será na noite deste sábado, no Estádio Marcelo Bielsa, em Rosário, com o jogo de despedida de Maxi Rodríguez, a "Fera", seu companheiro de seleção nas Copas do Mundo de 2006, 2010 e 2014, amigo de longa data.

Ídolo do Newell's Old Boys, clube do qual Messi é ilustre torcedor e tentou ser profissional, Maxi vai obviamente dividir os holofotes com a "Pulga", como Lionel ainda é chamado em Rosário.

A polícia da cidade armou um enorme operativo de segurança, prevendo até mesmo "rotas secretas" para Messi circular, sozinho, pelo estádio no jogo que tem começo previsto para 19h10. Os portões serão abertos às 16h.

Será um esquema equivalente ao clássico de Rosário, entre Newell's e Central, algo impensado para um amistoso, um jogo de festa de uma torcida só.

Ao todo, cerca de 1.000 policiais foram destacados para o evento que deve contar com estádio superlotado e cerca de 45.000 torcedores (a capacidade oficial do "Colosso", como é chamado, é de 42.000 pessoas).

O que permite imaginar uma ovação recorde a Messi é a sensação de "torcida de time" em sua própria cidade, algo que ele jamais experimentou na Argentina, pois jogou no país apenas pela seleção —de grande fervor, sem dúvida, mas sem comparação com a absoluta loucura com a qual os argentinos vivem a rotina com seus clubes.

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Bombonera lotada para Argentina x Venezuela
Imagem: Divulgação Conmebol

Coração na boca

Messi mal terá tempo para deixar passar a adrenalina de hoje. Amanhã (25), às 18h, ele será o convidado especial para o jogo de despedida de Juan Román Riquelme no Boca Juniors, na Bombonera que também estará entupida, com mais de 60.000 torcedores.

Espera-se, até, que Messi seja tão ou mais ovacionado que Riquelme, por estranho que pareça.

Enquanto o capitão da seleção não terá rejeição, Román corre risco de uma ou outra hostilidade pela péssima fase do Boca, clube do qual é hoje vice-presidente de futebol.

Os xeneizes levaram 4 a 0 do Godoy Cruz anteontem (22) pelo Campeonato Argentino. Se a ideia de Riquelme era transformar seu adeus em palanque eleitoral, pois concorre às eleições presidenciais do clube em dezembro, há grande risco do efeito contrário, por mais que se espere uma trégua da torcida com ele, máximo ídolo da história do clube.

Messi terá, na Bombonera e em Rosário, um companheiro de peso nas comemorações: o técnico Lionel Scaloni, campeão do mundo no Qatar, com participação prevista na beira do gramado nas duas despedidas.

Ángel Di María também é presença confirmada na Bombonera. A lista de convidados em ambos os eventos é das mais ilustres, com ídolos argentinos do presente e do passado.

Lionel também terá um efetivo de quase 1.000 policiais à disposição em Buenos Aires, e desde já estudam sua saída da acanhada Bombonera quando Riquelme estiver fazendo o seu discurso final (algo que Diego Maradona fez em sua despedida, sendo o ponto alto daquela histórica jornada de 2001).

Craque, ídolo, gênio, mito, Messi merece mais um elogio. Que ele, tão badalado, resolva dar um tempo nas suas férias para cumprimentar os amigos, significa que é, sim, um bom companheiro. Ninguém pode negar.