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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Golaços e ovação: o memorável aniversário de Messi no estádio do Newell's

Lionel Messi entra no estádio do Newell"s para jogo de despedida de Maxi Rodríguez - Reprodução TV
Lionel Messi entra no estádio do Newell's para jogo de despedida de Maxi Rodríguez Imagem: Reprodução TV

Colunista do UOL

25/06/2023 05h53

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Parecia cena do sempre premiado cinema argentino.

Com 50 mil pessoas cantando o equivalente ao "Parabéns A Você", Lionel Messi teve uma festa de aniversário histórica na noite de ontem (24) no Estádio Marcelo Bielsa, do Newell's Old Boys, na cidade de Rosário, onde nasceu e de onde saiu ainda criança para ganhar o mundo.

Estrela maior do jogo de despedida do amigo e companheiro de seleção Maxi Rodríguez, Messi deu um tempo nas festas de família pelos seus 36 anos para chegar ao estádio dirigindo seu carro e carregando suas chuteiras.

Um diretor de fotografia não faria melhor.

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Messi é cumprimentado no estádio do Newell's
Imagem: NOB Twitter

Um a mais

Embora o operativo recorde de segurança deslocasse 1.000 policiais e fosse prevista a passagem do craque até por setores isolados do estádio, Messi foi apenas "mais um" no vestiário com os colegas.

Desde antigos companheiros de seleção, como Andrés D'Alessandro, aos amigos do tricampeonato do Qatar, como Ángel Di María, Lionel Scaloni e Leandro Paredes.

Antes rejeitado por boa parte da torcida argentina, Messi comemorou seu primeiro aniversário depois de ganhar a Copa do Mundo como um verdadeiro deus da bola.

A ovação coletiva do estádio superlotado na sua entrada em campo —com luzes apagadas e queima de fogos— se repetiu nos três golaços que fez na partida amistosa.

O primeiro, de falta; o segundo, encobrindo o goleiro.

O jogo, claro, não foi encarado a sério.

Incomodando os puristas, Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, jogou com a camisa da seleção argentina. Estrelas femininas de outros esportes, como Luciana Aymar, do hóquei, também deram seus passes e chutes.

O placar final foi de 7 a 5 para o combinado dos amigos de Maxi no Newell's, que enfrentou o time dos colegas de seleção argentina (equipe para qual jogou Messi).

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Messi disputa partida de despedida de Maxi Rodríguez no Newell's
Imagem: NOB Twitter

Dose dupla

Messi mal terá tempo para deixar baixar a adrenalina.

Hoje, às 18h (de Brasília), ele será de novo o convidado especial. Desta vez para o jogo de despedida de Juan Román Riquelme no Boca Juniors, na Bombonera que também estará entupida, com mais de 60.000 torcedores.

Espera-se, até, que Messi seja tão ou mais ovacionado que Riquelme —por estranho que pareça, como contou a coluna ontem.

Enquanto o gênio da seleção hoje não tem rejeição, Román corre risco de uma ou outra hostilidade pela péssima fase do Boca, clube do qual é vice-presidente de futebol.

Os xeneizes levaram 4 a 0 do Godoy Cruz na quinta-feira (22) pelo Campeonato Argentino.

Se a ideia de Riquelme era transformar seu adeus em palanque eleitoral, pois concorre às eleições presidenciais do clube em dezembro, há grande risco do efeito contrário, por mais que se espere uma trégua da torcida com ele, que é o ídolo máximo da história do Boca.

Lionel também terá um efetivo de quase 1.000 policiais à disposição em Buenos Aires, e desde já estudam sua saída da acanhada Bombonera quando Riquelme estiver em seu discurso final (repetindo o que Diego Maradona fez em sua despedida, ponto alto daquela jornada de 2001).

Craque, ídolo, gênio, mito, Messi merece mais um elogio. Que ele, tão badalado, resolva dar um tempo nas suas férias para cumprimentar os amigos, significa que é, sim, um bom companheiro. Ninguém pode negar.