Botafogo encara técnico que é locutor de TV e narrou tri da Argentina

Líder do Campeonato Brasileiro, o Botafogo enfrenta às 19h (de Brasília) de hoje (12) o Patronato, da cidade de Paraná, no interior da Argentina, pela abertura do mata-mata que dá sequência à Copa Sul-Americana.

O Estádio Presbítero Bartolomé Grella, de 23.500 lugares, não será a única novidade para o clube brasileiro, que vai viver a inusitada situação que encarar uma equipe que está na Série B de seu país.

Atual campeão da Copa Argentina (por isso participou da fase de grupos da Libertadores), o Patronato ocupa hoje em sua liga local só a 12ª colocação em sua chave de 19 equipes.

A Série B da Argentina é constituída por 39 times, e só dois sobem para a elite em 2024.

Técnico que é narrador

Para enfrentar o time que hoje lidera o badalado Campeonato Brasileiro, o Patronato vai contar com um treinador que é também narrador de TV e rádio —e não um locutor qualquer, pois ele é reconhecido há décadas como um dos melhores da Argentina.

Seu nome é Rodolfo de Paoli. Com 44 anos, e técnico desde 2007, é dele, por exemplo, uma das mais emocionantes narrações do tricampeonato da seleção argentina no Qatar, pelo canal de TV TyC Sports.

Embora a Argentina tenha muitos e excelentes locutores, De Paoli há vários anos forma uma das principais duplas nas transmissões, ao lado do comentarista Ariel Senosiain na TyC Sports.

Temporariamente afastado dos microfones, ao menos até a retomada das Eliminatórias para a Copa de 2026, De Paoli foi anunciado pelo Patronato há exatamente um mês, no lugar de Walter Otta.

De Paoli trabalhava no Barracas Central, da Série A da Argentina, time comandado por Claudio Tapia, presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino).

Famoso por um estilo muito próximo ao jogador, De Paoli é considerado um apaixonado por futebol que tenta transmitir aos atletas toda a sua motivação.

Repete sempre em suas entrevistas que "sua vida foi salva pelo futebol, porque na escola era um burro que repetia até os recreios".

Ninguém espera dele times de alta performance tática, embora o Patronato venceu no fechamento da fase de grupos da Libertadores o Atlético Nacional (do ex-botafoguense Paulo Autuori) por 1 a 0, em uma partida que demonstrou uma formação compacta e duas linhas defensivas bem sólidas em um esquema interpretado como 4-3-2-1.

Outro indício de que os atletas "dão a vida" pelo técnico: nada menos que seis jogadores terminaram a partida contra o Atlético Nacional com cartões amarelos.

Mesmo com o número chamando a atenção, o total de faltas do Patronato foi baixo: 11 infrações, contra 23 dos colombianos, que tiveram um jogador expulso nos minutos finais, quando já estava 1 a 0.

O gol da vitória, do zagueiro Cristian González, saiu aos 35 minutos do segundo tempo.