Tales Torraga

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ReportagemEsporte

Alvo do Palmeiras, Aníbal Moreno foi 'moldado' por craque entre os volantes

Com o Palmeiras de olho em seu futebol, o volante argentino Aníbal Moreno é um daqueles raros jogadores que encontram um técnico "sob medida" para sua carreira decolar.

A seriedade engana, mas Moreno tem apenas 24 anos. Extremamente pontual, profissional e obcecado com seu físico, ele vai para sua segunda temporada completa mais do que treinado, e sim "moldado" por Fernando Gago, ex-jogador que é merecidamente reconhecido um dos melhores volantes da história recente da Argentina.

O hoje comandante do Racing foi um camisa 5 de raça e classe em clubes como Boca Juniors, Real Madrid, Valencia e Roma, além da seleção argentina.

Com só 20 anos, Gago estreou como titular do Real e pintava como um craque capaz de jogar até quatro Copas. Em meio às lesões, disputou só a de 2014, a do vice da Argentina contra a Alemanha no Maracanã.

Fernando Gago, técnico do Racing, da Argentina
Fernando Gago, técnico do Racing, da Argentina Imagem: Divulgação Aldosivi

'Pintinha'

Gago e Moreno "deram liga", o passado e o presente da seleção, automaticamente colando no alvo palmeirense o cartaz de ser um dos destaques do posto em seu país (e na Argentina que preza demais pelo estilo "da casa das máquinas", como chamam o setor dos volantes).

Outra definição muito famosa entre os comentaristas argentinos é tratar Gago até hoje como o "Pintita", o "Pintinha", pela elegância em campo e fora dele.

Moreno se destacou nas seleções sub-20 e sub-23, e logo superou o período de afirmação no Racing com os dois outros treinadores que teve no clube: Juan Antonio Pizzi e Claudio Úbeda.

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"Lapidado" pessoalmente por Gago, que desenvolveu afeição por ele, Aníbal virou titular absoluto e alguém olhado pela diretoria do Racing com o potencial de gerar uma transação suculenta (o famoso "jogador europeu" cotado em euros).

Antes atuando um pouco mais à frente e mais pelos lados, Moreno com Gago se fixou no centro, o "volante central" ou "pivote", como chamam os argentinos.

Nesta Libertadores, Moreno jogou cinco partidas, marcando um gol e oferecendo uma assistência.

O estilo limpo que Gago mostrava nos tempos de jogador é reproduzido hoje com o pupilo: na Libertadores, famosa pelo jogo brusco, ele levou apenas um único cartão amarelo, mesmo batalhando pelos desarmes.

É manejando o "bom pé", como dizem em Buenos Aires, que Moreno chama a atenção, a ponto de o Racing ter permitido a saída de Matías Rojas, para o Corinthians, antes da dele, sugerindo que o imprescindível, na verdade, era Aníbal, não o paraguaio.

Por uma necessidade financeira do clube, é verdade, mas também chegaram propostas por Moreno, no fim do ano passado e no começo deste, de Bélgica, Alemanha e Rússia, mas as ofertas não corresponderam ao que Racing pretendia, algo em torno de US$ 6 milhões diretos (cerca de R$ 28,75 milhões) para o clube, que ainda precisa repassar 20% ao Newell's Old Boys, que o revelou.

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A engrenagem financeira pode até ser discutida, mas a capacidade esportiva de Aníbal, não.

Ele tem o aval de ninguém menos que Fernando Gago, o "Pintinha".

E essa grife na Argentina vale muito.

Reportagem

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