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Desumano: Gabriel Jesus joga sábado e terça e marca nas duas vitórias do City
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Gabriel Jesus não é Cristo, mas também não descansou no terceiro dia. Quem sabe ele descansa no sétimo?
Após trabalhar (e bem) sábado e marcar quatro dos cinco gols do Manchester City no 5 a 1 sobre o Watford, jogo que valeu a liderança para o seu time no Campeonato Inglês ("Premier League" é fronhice de colonizado), o atacante brasileiro foi explorado pelos malvadões europeus e, três dias depois, nesta terça, foi novamente escalado pelo capataz Pep Guardiola,
É ou não é trabalho escravo, quase compatível ao dos operários que estão construindo os estádios da Copa do Mundo do Qatar?
E, como exploradores desumanos nunca têm prejuízo, o explorado marcou logo aos 11 minutos, o 2 a 0 do City sobre o Real Madrid. O placar final foi Manchester City 4 x 3 Real Madrid e a vaga a final será decidida na volta, dia 4 de maio, na Espanha.
Fica até difícil contestar e ser contrário quando analogias com a escravidão e o martírio de Cristo são usados para ilustrar a cansativa e desumana vida do jogador de futebol... Especialmente na Europa, claro, onde, repito, Gabriel Jesus teve que jogar sábado e terça! Onde esse mundo vai parar?
Europeus escravagistas não respeitaram a máxima de que jogador de futebol não é máquina e, coitadinhos indefesos, não podem ser submetidos ao absurdo que é jogar, por exemplo, no sábado e depois na terça-feira.
Aqui, no futebol do Brasil, país sempre na vanguarda do humanismo e do respeito ao trabalhador, paraíso tropical onde nem sequer se cogita destruir as leis trabalhistas e a prioridade é preservar a previdência do povo, ficou claro que, mesmo que o jogador fique de fora do jogo de quarta, e, por exemplo, nem viaje para Londrina para enfrentar a Portuguesa-RJ pela Copa do Brasil, ele não pode jogar no sábado contra o arqui-inimigo Palmeiras se, por ventura, ele vier a ser usado total ou parcialmente no jogo de terça-feira, contra o Boca Juniors...
E não venha pessoas atrasadas lembrarem que o jogo de sábado foi o clássico contra o maior rival, jogo mais importante de todos para a torcida, especialmente se o time vier de derrota em todos os quatro clássicos da temporada e, pois, uma derrota significasse a quinta piaba em clássicos. E daí? Dane-se a vontade da massa, né!
Resumindo, que sorte dos jogadores treinados por Vítor Pereira no Corinthians. Teve gente que não jogou nem contra o Avaí, nem contra a Portuguesa, nem contra o Palmeiras para poder ser escalado contra o Boca Juniors. Caso os atletas corinthianos estivessem no Manchester City sob o comando de Guardiola, era capaz de também serem submetidos ao absurdo de terem que jogar na quarta e no sábado, especialmente se fossem jogos válidos por um clássico nacional e outro por um torneio internacional.
Basta! Chega de jogador ser tratado como escravo e jogar bola duas vezes na semana, mesmo que tenha sido poupado no jogo anterior e possa ser novamente poupado no posterior!
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!
Veja:
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