Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Abel Ferreira quer transformar torcida que canta e vibra em claque!
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"Quem critica, não lhe corre nas veias o que é ser palmeirense, o que é ser da família Palmeiras."
Bom, eu só tenho elogios para o 3 a 0 sobre o Cerro Porteño e jamais torci para o Palmeiras na minha vida... Licença poética, torci sim, em 17 de julho de 1988, até comemorei o gol de Gérson Caçapa, no 1 a 0 sobre o São Paulo. E torci tanto que tinha só 11 anos e lembro até hoje...
E a frase antidemocrática de Abel Ferreira também é mentirosa, porque conheço muitos que torcem e torceram desesperadamente contra o Cerro Porteño e que criticaram uma barbaridade (muito mais que eu, que achei bastante aceitável e compreensível) o primeiro tempo da equipe em Assunção.
Brindemos o óbvio ululante:
1) O Palmeiras fez 3 a 0 no Paraguai e será o adversário do Atlético-MG nas quartas de final da Libertadores, como todo o mundo já sabia desde que o sorteio ofereceu Cerro Porteño e Emelec, respectivamente, a Verdão e Galo.
2) O Palmeiras, que teve um caminho teta em 2020 e dificílimo em 2021, não é o atual bicampeão da América e candidatíssimo ao tri porque tem sorte no sorteio. Por tudo que tem feito, a equipe merece muito mais aplausos do que cornetas.
3) Abel Ferreira já está na história do Palmeiras como um dos 3 maiores treinadores da história alviverde (coloco no topo do pódio, mas a ordem é geracional e depende do gosto do pessoal) e tem muito mérito pelo fato de a Sociedade Esportiva Palmeiras viver o melhor momento de toda a sua gloriosa e vitoriosa existência de quase 108 anos.
4) Sob tortura os números dizem o que quiser, e Rony, que tem muita importância, não é Zico nem Pelé. E, mesmo com toda a importância que tem para o seu time, nunca será para o Palmeiras o que Zico e Pelé são, respectivamente, para Flamengo e Santos. E, no Palmeiras, é um ótimo e útil coadjuvante da equipe de Weverton, Gustavo Gómez, Dudu, Raphael Veiga....
5) "Ame-o ou deixe-o" foi um slogan da ditadura militar. Como sempre foi claro, quem verdadeiramente amava e tinha o que dar ao país foi assassinado ou exilado pela ditadura.... No futebol, o torcedor de qualquer time, inclusive o palmeirense, pode criticar o seu time quando bem entender. Censura, patrulha e exigir que toda a coletividade funcione como claque que só aplauda e não aponte erros é um absurdo ditatorial.
6) O fato de Abel Ferreira ser um ótimo técnico e importante engrenagem para manter o ótimo, farto e caríssimo elenco no mais confiável da América no Sul não lhe dá o direito de decidir quem é mais ou menos palmeirense. E, pior, jogar a parcela mais subserviente às suas ordens contra a "turma do amendoim" e suas variantes.
7) Não sou palmeirense e tenho tanto direito quanto os analistas alviverdes de apontar qualidades e defeitos (e os pontos fortes goleiam e humilham os aspectos fracos) no trabalho do técnico, da diretoria, do time, etc.
8) Uma atuação fraca com o Avaí, com uma escalação e substituições ruins não apagam o bicampeonato continental, o título paulista e a conquista da Copa do Brasil. E todos esses sucessos, que merecem e foram aplaudidos, não apagam vexame contra CRB, derrota para Tigres e Al-Ahly no Mundial e o jogo muito ruim contra o Avaí.... É como um jogador, que pode ser ídolo, craque, merecer seleção do seu país e, em um jogo específico, pode ser criticado como, por exemplo, é o caso de Gustavo Gómez, o melhor zagueiro em atividade no país, mas que, contra o Avaí, cometeu um pênalti de fraldinha.
9) Abel Ferreira fala para convertidos e sabe que a sua opinião é comprada na íntegra pela torcida e, pois, quando usa o microfone para dizer como deve se comportar o palmeirense sabe que a maior parte da torcida, a parcela que faz barulho nas redes antissociais inclusa, vai patrulhar a parcela que não usa cabresto e é capaz de pensar por sua própria cabeça e, quando acha que deve, critica uma má partida, uma má escalação, um mau jogo....
10) Há, basicamente, dois tipos de opinar. O primeiro é dizer exatamente o que quer ouvir a maioria e, com isso, ganhar audiência... Nesse caso, se comportar como empregado de Abel Ferreira e seguir o que ele manda, inclusive quando diz algo completamente antidemocrático e exigir que o seu torcedor só aplauda e não critique nunca.... E tem outro jeito, cada vez mais raro, que é dizer o que realmente pensa e, ora agradar aquele que não aceita crítica dos seus (e chama os outros de professores de Deus), ora agradar...
Resumindo, como treinador, Abel Ferreira, hoje, é o melhor em atividade no futebol brasileiro. Como ombusman de críticos, é só mais um na medíocre multidão.
Beijos de luz.
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!
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