Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Seleção Brasileira dos Verdadeiros Patriotas!
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Neste 7 de setembro, feriado em que é comemorado o 200º aniversário da Independência do Brasil, a coluna publica uma seleção brasileira de quem, corajosa, ética e decentemente, posicionou-se e posiciona-se do lado certo da história, do lado de quem tabela com fascismo, com golpismo, com racismo, com homofobia, com misoginia e com nenhum tipo de prática e preconceito ignóbil.
Eis a seleção brasileira democrática da coluna Vitor Guedes: Barbosa; Igor Julião, Richarlison, Ronaldão e Wladimir; Raí, Sócrates e Juninho Pernambucano; Tostão, Casagrande e Afonsinho. Técnico: João Saldanha.
Barbosa
Ídolo do Vasco, o arqueiro, injustiçado e vítima de racismo após a derrota do Brasil para o Uruguai na Copa de 1950, Barbosa simboliza a luta do negro, de forma geral, e, especificamente, do negro no futebol, para ser reconhecido e ser tratado de forma igual. Até hoje há idiotas racistas que repetem que goleiro negro não é confiável, que, por se tratar de uma posição estratégica, o gol deve ser defendido por um atleta branco.
Igor Julião
No meio alienado do futebol atual, em que a maioria abastada não se importa com a situação dos mais desassistidos e com a situação das pessoas da mesma origem, o lateral sempre deu um show de entendimento e compreensão
Ronaldão
Campeão mundial pelo Brasil e pelo São Paulo, o zagueiro, politizado e culto, levantou a bandeira da igualdade racial e do combate ao racismo quando essas pautas não eram tão presentes na mídia.
Richarlyson
Vítima de preconceito durante toda a sua vitoriosa carreira, Richarlyson venceu o ódio para construir uma história campeã no futebol. E, recentemente, já aposentado dos gramados, abriu mão da privacidade, que tem direito como qualquer um, para revelar ser bissexual. Claramente, sua decisão de dar publicidade a sua orientação sexual foi tomada para ajudar outros membros da comunidade LGBTQIA+ a lidar com o evidente, barulhento e odioso preconceito presente no futebol.
Wladimir
Um dos líderes da Democracia Corintiana, Wladimir sempre exerceu seu papel de cidadão e de ser político, posicionando-se em questões sociais para além das quatro linhas. Foi administrador do Pacaembu e presidente do Sindicato dos Treinadores de Futebol Profissional do Estado de São Paulo (SITREFESP).
Raí
Honrando o sobrenome da família, Raí (mesmo quando era cartola do São Paulo e sofria críticas da parcela conservadora do conselho são-paulina, simpática às políticas do desgoverno genocida) sempre se posicionou do lado da civilização contra a barbárie.
Sócrates
O craque e capitão da seleção brasileira da democracia. Para além da emblemática Democracia Corintiana, a sua liderança e o seu posicionamento público favorável à (derrotada) emenda Dante Oliveira em defesa das Diretas Já é um marco da história do país.
Juninho Pernambucano
Na contramão de jogadores e ex-jogadores, que, sem constrangimento, fazem abjetas arminhas com as mãos e emprestam a imagem e a popularidade para um desgoverno que enterrou 685 MIL pessoas por "gripezinha", Juninho Pernambucano é fiel à sua origem popular e faz questão de se posicionar do lado do povo mais humilde contra o governo que defende todas as reformas contrárias ao interesse do trabalhador.
Tostão
Após a conquista do tricampeonato mundial, no México, em 1970, o então prefeito biônico de São Paulo, de forma absurda, resolveu usar dinheiro público para presentear (com o bolso do povo) os campeões com um fusca para cada um. Tostão, que à época tinha 23 anos, foi um dos poucos que depois mostrou arrependimento em receber o presente
Casagrande
Além da sua participação ativa na Democracia Corintiana, Casagrande, agora na função de comentarista, jamais deixou de defender combater a alienação da classe de jogadores e, mesmo sendo alvo constante e preferencial das milícias digitais, continua se posicionando do lado das minorias e da democracia.
Afonsinho
Craque em campo, Afonsinho marcou época fora dele por liderar a luta pelo passe livre. Num mundo em que alguns pobres e trabalhadores foram às ruas marchar pelo direito de não terem direito nenhum e pedirem para não se aposentarem, Afonsinho merece ser sempre reverenciado.
João Saldanha
Jornalista e militante comunista, o treinador que classificou o Brasil para a Copa do Mundo de 1970 peitou Médici, o ditador que presidia o país na ocasião e outros militares e não aceitou ingerência no seu comando da seleção. Ah, se todo treinador, ou melhor, se todo brasileiro tivesse a coragem e o caráter de João Sem Medo.
Isabel, Vera Mossa, Ana Moser, Carol Solberg, Dara Diniz...
Para além dos homens e do futebol, merecem destaques as campeãs Isabel, Vera Mossa, Ana Moser (vôlei), Carol Solberg (vôlei de praia), Dara Diniz (handebol) e graaaaaande elenco dourado.
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!
Veja:
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