Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Vini Jr. e fim das trevas resgatam o tesão de torcer pelo Brasil
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Depois de 2 outubro ou, na pior das hipóteses, após 30 de outubro e, pois, antes da Copa do Mundo do Qatar (a abertura do Mundial é no dia 20 de novembro, e o Brasil estreia dia 24, contra a Sérvia), a parcela democrática, decente e humana do povo brasileiro que, com toda a razão, não quer ser confundida com apologistas da tortura, da ditadura, da misoginia, da homofobia, do racismo, do machismo, do golpismo, da intolerância religiosa e de todo um elenco abjeto de valores e preconceitos, não vai ter mais motivos de ter vergonha de usar a amarelinha ou de exibir a bandeira do nosso país.
É mais do que compreensível que ninguém com caráter, humanidade e espírito democrático queira ser confundido com essa gente terraplanista e violenta que agride pesquisador, atira em varanda com bandeira de partido adversário, faz ignóbil "arminha" com as mãos e, cruel em grau máximo, nega a fome mesmo vendo milhões de pessoas passando necessidades. Deus me livre: eu mesmo levei meu filho à urna em 2018 para ele sempre se lembrar e ter certeza que o pai dele jamais apoiaria valores fascistas (alguns literais!) e também não é covarde acéfalo da falsa simetria. Essa culpa eu não carrego: viva a memória!
Voltando à seleção brasileira, pelo carismático Vini Jr. ( negro, cria do Flamengo e protagonista do Real Madrid, maior clube do mundo) dá vontade de torcer.
Para além do nosso Brasil, a vitória pessoal dele é também um pouqinho a vitória de milhões de Vini Jr. espalhados do Oiapoque ao Chuí, a vitória de quem foi humilhado, vítima de preconceito e que, para desespero de uma elite canalha, colonizadora, xenófoba e racista, não abaixou a cabeça e respondeu com títulos, gols e palavras.
Vini Jr. venceu no Real Madrid sem nunca ter esquecido que é Flamengo, brasileiro, carioca, negro e de origem pobre.
Se é difícil gostar de craque que faz arminha com as mãos, empresta a sua imagem a um desgoverno "cloroquiner-antivacina" que trata pandemia por "gripezinha" e promove festas para centenas de pessoas no auge da pandemia, é muito fácil torcer para o Brasil de Vini Jr, o Brasil que dança e é feliz e que está chutando para o esgoto da história "valores" asquerosos, elitistas, racistas e classistas.
Obrigado, Vini Jr. Você será parte, a partir de novembro, da reconstrução da seleção brasileira e de todo um país que vai ter que redescobrir como ser feliz. E voltar a se identificar com a nossa seleção e com as nossas cores. Camisa e bandeira que sempre foram de todos e não pertencem apenas a canalhas preconceituosos e violentos.
Amistosos
Os amistosos desta sexta e terça, respectivamente, contra Gana e Tunísia, serve muito mais para Tite fechar a lista dos 26 que vão à Copa do Mundo do que, propriamente, testar o esquema e escalação do seu "plano A" para disputar o Mundial do Qatar.
Coerente ao que penso sobre seleção brasileira (que tem valor por um mês de quatro em quatro anos: a única competição que importa para a seleção é a Copa e todo o resto, eliminatórias, Copa América e amistosos, para o bem ou para o mal, é apagado pelo resultado obtido no Mundial), deixo para outros colegas versarem sobre a importância do "ciclo" e análises dos embates desta Data Fifa.
Na Copa, após findo nas urnas o inferno dos últimos quatro anos de desgoverno cruel (presidido por um lunático que mostra caixa de cloroquina para ema, diz que não é coveiro e imita gente morrendo por falta de ar e em contagem regressiva para, a partir de 1º de janeiro, o que restou do país voltar a ter esperança, humanidade e trocar as ignóbeis apologias à tortura e à ditadura pelos direitos humanos e pela democracia), vai dar gosto torcer pelo Brasil de Vini Jr. Sem medo de ser feliz!
Contra as trevas, beijos de luz!
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!
Veja:
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