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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Abel errou com Endrick: excesso de zelo pode ter custado o tri da América

Endrick tira fotos com torcedores do Athletico após vitória do Palmeiras pelo Brasileirão - Reprodução/Twitter
Endrick tira fotos com torcedores do Athletico após vitória do Palmeiras pelo Brasileirão Imagem: Reprodução/Twitter

Colunista do UOL

26/10/2022 13h47Atualizada em 26/10/2022 13h48

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Antes da crítica pontual, registremos para os abelistas fanáticos o que pensamos e, em todas as plataformas, nesta coluna aqui no UOL Esporte incluso, registramos:

1) Abel Ferreira está, ladeado a Filpo Núñez, Luxemburgo e Felipão, entre os 4 maiores técnicos da história do Palmeiras. É uma escolha geracional e de gosto, mas eu, que não tenho lugar de fala nem sou palmeirense, nascido em 1977, considero Abel o maior da rica história verde.

2) Apesar dos investimentos, da organização e da estrutura, acho pouco provável que o Palmeiras teria sido bicampeão da América 2020/2021 se não fosse por Abel Ferreira.

3) Nunca antes na história do Palmeiras, um time com sangue quente brasileiro e italiano, teve um técnico que agradasse todas as alas e pacificou torcida e conselho quanto Abel Ferreira. É a maior unanimidade que eu já presenciei de um treinador, superior a de Tite no Corinthians e de Telê Santana no São Paulo, para ficar nos dois maiores rivais.

Feito os registros e explicitado, com todas as letras, que Abel Ferreira, o melhor técnico da história do Palmeiras, tem muito mais acertos e méritos do que erros e deméritos, é preciso registrar que o treinador português (que só foi contratado porque Miguel Ángel Ramírez e Jorge Sampaoli não se acertaram com a antiga diretoria alviverde: viva a memória) errou feio ao embaçar demais para botar Endrick para jogar, quando era óbvio que se tratava de um jogador muito diferente, de um fenômeno.

Se a lei imbecil brasileira não permitia que Endrick disputasse o Paulista, ele poderia ter atuado no Mundial de Clubes e da Libertadores sem qualquer impeditivo legal.

O argumento de que ele ainda não estava pronto é tão óbvio que ninguém questiona. O fato é que, sem estar pronto e, então, com 16 anos incompletos, Endrick já estava muito mais preparado do que Rafael Navarro jamais estará. E, hoje, já é muito, muito, mas muito melhor e mais adaptado as cores verdes que Flaco López e Merentiel.

Passa-panistas que argumentam que falar agora é fácil, mas que era difícil tomar essa decisão à época do Mundial sofrem de falta de memória à época, antes pois, da lista ser divulgada, muita gente, inclusive este colunista, defendeu que Endrick fosse inscrito. E mais: que fosse utilizado na Libertadores.

Acho, de verdade, que o Mundial daria muito mais experiência ao garoto, mas não mudaria o fato de que o Chelsea, melhor time, fosse campeão. Agora, na Libertadores, nunca saberemos se o Palmeiras teria mais sucesso contra o Furacão caso tivesse usado Endrick. É preciso lembrar que na derrota na Arena da Baixada, que custou a briga pelo tri, Rony estava suspenso: viva a memória!

Normalmente, os cuidados que Abel Ferreira teve e o excesso de zelo e conservadorismo com zelo é benéfico a garotos de 16 anos. Mas nada mais injusto do que tratar desiguais de forma igual. Endrick não é só um garoto com futuro. E sempre foi muito claro isso.

Viva a memória!

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

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