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Ausência de Gabigol e presença de Daniel Alves são os grandes erros de Tite
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Apesar de considerar Tite, disparado, com pornográfica distância para todos os demais, o melhor treinador brasileiro em atividade, avalio que o técnico da seleção brasileira erra em convocar para a suplência jogadores com características iguais aos titulares, sem margem para atletas que mudem o ritmo da prosa.
Nesse sentido, a ausência de Gabigol é o maior erro de Tite. Erro crasso! Ainda que não seja um absurdo do mesmo tamanho das ausências de Falcão, em 1978, de Neto, em 1990, e de Ganso, em 2010.
Vamos lá:
1) Gabigol não jogou nada na Europa e foi um fracasso retumbante na Inter e no Benfica.
Sim, é verdade. E daí? Fernandinho foi um sucesso estrondoso no Manchester City e fez duas Copas ridículas. Kleberson, recém-revelado pelo Athletico-PR e desconhecido para alguns até no Brasil, foi fundamental no pentacampeonato em 2002. E, depois disso, foi ao Manchester United (onde hoje jogam Fred e Casemiro) e não jogou nada! Falei do Fernandinho, mas vale para Marcelo. Melhor lateral esquerdo do mundo por uma década, o ex-jogador do Real Madrid fez dois Mundiais fraquíssimos. Ou seja, o fato de Gabigol ter fracassado na Europa não significa nada para 7 jogos de uma Copa.
2) Gabigol não é 9, nem 7
O craque decisivo do Flamengo, de fato, não é um 9 como Pedro (que merecia mesmo estar na lista), nem joga como 7 do mesmo jeito como Raphinha ou Antony, mas Gabi, até por isso, um atacante que se movimenta do centro para o lado da área e volta também na ponta de lança para abrir o espaço para alguém entrar como 9, é um jogador que pode ser importante no mata-mata, para desarrumar a defesa adversária em um jogo complicado em que o Brasil esteja em desvantagem ou com o placar empatado. E mais: em caso de disputa de pênaltis, uma possibilidade real em um torneio com oitavas, quartas, semifinal e final em jogo único, Gabigol é ótimo cobrador. Com ele e Neymar, são 2 das 5 cobranças com gols (quase) garantidos.
3) 5 trocas por jogos
Com a regra das 5 alterações, um atacante diferente, goleador, decisivo em jogos grandes e ótimo cobrador de pênaltis é muito mais útil do que um monte de atacantes iguais. Gabriel Jesus e Richarlison, por exemplo, jogam de 9 e pelos lados de forma muito parecida, mas nenhum deles faz o papel tático de Gabigol. E Gabigol é mais jogador que Gabriel Martinelli.
A lista (comentada) dos 26 de Tite
Goleiros: Alisson, Ederson e Weverton
Análise: Acredito que Cássio viva um melhor momento que Weverton, mas, além do palmeirense também merecer a convocação, o terceiro goleiro nunca joga e, à vera, não muda nada.
Laterais: Danilo, Daniel Alves, Alex Sandro e Alex Telles
Análise: Desde 1930, o Brasil não disputava uma Copa com laterais titulares tão comuns quanto Danilo e Alex Sandro. Em 2010, Michel Bastos era o titular da esquerda, mas Maicon, que deixou Daniel Alves esquentando o banco, era forte pela direita. Guilherme Arana, machucado, é mais jogador do que Alex Sandro e Alex Telles. Renan Lodi? Sem tempo para antivacina...
Zagueiros: Thiago Silva, Marquinhos, Militão e Bremer
Análise: Pela idade e pela reiterada instabilidade emocional (por TRÊS vezes, Thiago Silva cometeu pênalti por dar um soco na bola dentro da área sem o menor cabimento), eu jamais levaria o veterano Thiago Silva e, muito menos, lhe daria o status de titular absoluto. A lista é da Copa, Tite tem que convocar os melhores, mas aproveito o espaço para registrar o papel deprimente que o pai Militão está publicamente desempenhando desde o nascimento de sua filha Cecília.
Meio-campistas: Casemiro, Fred, Bruno Guimarães, Fabinho, Paquetá e Everton Ribeiro
Análise: Fred, que já foi à Copa da Rússia (sem condição física de atuar), volta agora e iniciará como titular. Não considero uma aberração a sua presença na lista, mas não estaria na minha convocação. A contusão de Philippe Coutinho evitou Tite a cometer outro erro: não tinha o menor cabimento levar o meia do Aston Villa ao Mundial e todo o mundo sabe que ele iria se tivesse condições de jogo!
Atacantes: Neymar, Raphinha, Antony, Vinicius Júnior, Pedro, Richarlison, Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli e Rodrygo
Análise: A ausência de Gabigol, já explicada, pode ser sentida. Faltou alguém como Gabigol no segundo tempo contra a Holanda, em 2010, e contra a Bélgica, em 2018.
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!
Veja:
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