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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Balanço, pitacos, craque, decepções e seleção da Copa até as oitavas

Griezmann e Mbappé, o craque do Mundial até aqui, estão gastando a bola - Robert Michael/Getty
Griezmann e Mbappé, o craque do Mundial até aqui, estão gastando a bola Imagem: Robert Michael/Getty

Colunista do UOL

07/12/2022 10h18Atualizada em 07/12/2022 10h18

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1) Chegar às quartas de final era o mínimo e o Brasil cumpriu. Com exceção de 1966, quando caiu na primeira fase, e de 1990, quando a equipe lazarenta perdeu para a Argentina nas oitavas, o Mundial começa (e, às vezes, termina) para o Brasil nas quartas.

2) No PSG, "time-estado" bancado pelo Qatar, há uma briga de ego clara para ver quem sobe no lugar mais alto do pódio como "dono" do time em campo entre Mbappé e Neymar, já que Messi, o maior futebolista deste século com folga, já passou desta fase e, claramente, vive em Paris com saudade da "ex" Barcelona. Na Copa, com França, Brasil e Argentina, a reta final é que vai dizer quem é o cara: até aqui (e isso pode mudar com o desempenho na hora da verdade), Mbappé é o melhor do mundial com folga. Seguido por Messi.

3) Paradoxal: no Mundial em que mais se perdeu pênaltis desde o Big Bang, não há ainda um goleiro que tenha verdadeiramente se destacado, ainda que haja ótimos arqueiros e alguns deles já tenham ido para a casa.

4) O treinador Fernando Santos, que não faz um grande trabalho com a melhor e mais farta geração portuguesa de todos os tempos, teve a atitude mais corajosa (e acertada) da história dos Mundiais ao barrar Cristiano Ronaldo e promover o garoto Gonçalo Ramos no confronto com a Suíça. O saudoso Otto Glória, há mais de meio século, explicou que a diferença do "besta" para o "bestial" é ditada pelo resultado em campo...

5) A Argentina nunca pode ser descartada e Messi, mesmo passado o seu auge, pode decidir qualquer jogo a qualquer momento, mas o time de Scaloni tem a pior zaga dos 8 quadrifinalistas: a dupla Otamendi e Romero é um convite ao prazer alheio.

6) Brindemos o óbvio ululante, ainda que negado por membros do fã-clube travestidos de analistas: o fato de o Brasil estar sentido mais a falta de um lateral reserva do que a França de Benzema (o atual melhor do mundo) explicita, de forma inconteste, como a lista dos 26 convocados de Tite foi desequilibrada. O que não significa, em absoluto, que o Brasil esteja fora da briga. Nem que Benzema não faça falta.

7) Para os tarados por planejamento e que não entendem nada de futebol a ponto de tentarem transformar a análise do jogo em dados tabulados em prancheta, uma informação: o treinador Walid Regragui assumiu o Marrocos na data Fifa de setembro, a última antes do Qatar e faz um trabalho fantástico no Qatar. Marrocos está invicto e, tanto no empate com a Croácia quanto na igualdade com a Espanha, esteve mais perto de vencer do que perder. Nessas horas, a turma do "processo" e do "tempo" some... Viva a memória!

8) Se Regragui faz ótimo trabalho, as duas maiores decepções são justamente os dois treinadores de quem mais se esperava pelo que já apresentaram na elite mundial de clubes. O soberbo Luis Enrique (Barcelona) e Hans Flick (Bayern de Munique) fracassaram de forma retumbante, respectivamente, com Espanha e Alemanha. No mesmo grupo, os germânicos nem sequer avançaram às oitavas ao serem eliminados pelo Japão. A Espanha, mesmo perdendo do Japão, ainda passou para dar adeus diante de Marrocos. Haja pano para minimizar as duas vergonhas!

9) Van Gaal, reconhecido, com justiça, por seu mau humor e ranzinzice (qualidades pelas quais me identifico: tamos juntos, garoto!), está sendo representado no Qatar por um clone alegre, cheio de vida, simpatia e uma dose na medida de sarcasmo. Enquanto o Mundo fala da "Argentina de Messi", da "França de Mbappé" e do "Brasil de Neymar", o planeta bola tem analisado a "Holanda de Van Gaal", apesar da ótima Copa do defensor Van Dijk e do artilheiro Gakpo.

10) A minha seleção da Copa após as oitavas é diferente da seleção feita após o encerramento da fase de grupos e, certamente, será diferente da definitiva: Livakovic (Croácia); Hakimi (Marrocos), Van Dijk (Holanda), Marquinhos (Brasil) e Théo Hernández (França); Casemiro (Brasil), Bruno Fernandes (Portugal) e Griezmann (França); Messi (Argentina), Gakpo (Holanda) e Mbappé (França). Técnico: Walid Regragui (Marrocos)

PS: Força, Pelé!

Leia as colunas dos jogos da Copa do Mundo do Qatar

Portugal 6 x 1 Suíça

Marrocos 0 x 0 Espanha

Brasil 4 x 1 Coreia do Sul

Croácia 1 x 1 Japão

Inglaterra 3 x 0 Senegal

França 3 x 1 Polônia

Argentina 2 x 1 Austrália

Holanda 3 x 1 Estados Unidos

Camarões 1 x 0 Brasil

Polônia 0 x 2 Argentina e Arábia Saudita 1 x 2 México

País de Gales 0 x 3 Inglaterra e Irã 0 x 1 Estados Unidos

Holanda 2 x 0 Qatar e Senegal 2 x 1 Equador

Portugal 2 x 0 Uruguai

Brasil 1 x 0 Suíça

Coreia do Sul 2 x 3 Gana

Sérvia 3 x 3 Camarões

Espanha 1 x 1 Alemanha

Croácia 4 x 1 Canadá

Bélgica 0 x 2 Marrocos

Japão 0 x 1 Costa Rica

Argentina 2 x 0 México

França 2 x 1 Dinamarca

Polônia 2 x 0 Arábia Saudita

Tunísia 0 x 1 Austrália

Inglaterra 0 x 0 Estados Unidos

Holanda 1 x 1 Equador

Qatar 1 x 3 Senegal

País de Gales 0 x 2 Irã

Brasil 2 x 0 Sérvia

Portugal 3 x 2 Gana

Uruguai 0 x 0 Coreia do Sul

Suíça 1 x 0 Camarões

Bélgica 1 x 0 Canadá

Espanha 7 x 0 Costa Rica

Alemanha 1 x 2 Japão

Croácia 0 x 0 Marrocos

França 4 x 1 Austrália

México 0 x 0 Polônia

Dinamarca 0 x 0 Tunísia

Argentina 1 x 2 Arábia Saudita

Estados Unidos 1 x 1 País de Gales

Senegal 0 x 2 Holanda

Inglaterra 6 x 2 Irã

Qatar 0 x 2 Equador

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

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AQUI a análise da seleção inglesa feita por Paulo Andrade, Bernardo Ramos, Rafael Oliveira, Rodrigo Coutinho e eu.

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