Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Argentina de Messi e Croácia de Modric disputam semifinal com ex-tampões
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Que "ciclo" e "processo" é uma bobagem que não tem nenhuma, zero, importância, você leu AQUI. Mas, como opinião, em democracias, é livre, cada um pensa como quiser e, pois, óbvio ululante, pode discordar radicalmente deste colunista.
O que ninguém pode, no entanto, desde que seja honesto, é espancar os fatos incontestes para colocar a própria opinião acima do que é fato indiscutível e consolidado. Deveria (e, à vera, é) ser óbvio, mas, num mundo em que tem gente que acredita (ou diz acreditar porque não tem senso do ridículo nem limite) na Terra plana, na mamadeira de piroca e no kit gay, não custa fazer o registro.
Dito isso, guardemos as opiniões e recordemos fatos objetivos sobre os semifinalistas:
1) Lionel Scaloni, que nunca tinha sido treinador principal na vida e era auxiliar de Jorge Sampaoli tanto no Sevilla quanto na seleção argentina, assumiu após o titular excêntrico ter deixado zero legado e ter sido o pior dos 32 técnicos da Copa do Mundo da Rússia. Era um tampão que virou efetivo e, após ganhar a Copa América sobre a seleção brasileira, no Brasil, conquistou o coração da sua "hinchada". No "ciclo", ficou 36 jogos invictos e, quando iria igualar o recorde da Itália, perdeu da Arábia Saudita na estreia da Copa do Mundo. E aí, o que ele fez? Deu uma banana para o "ciclo", para a base dos quatro anos e mudou METADE do time a partir da segunda rodada. E a Argentina está na semifinal. Viva a memória!
2) Zlakto Dalic, ex-volante, com uma carreira periférica como treinador, assumiu a Croácia em outubro de 2017, um mês antes da repescagem da Copa do Mundo da Rússia, com a seleção croata em crise e desacreditada. Assumiu como tampão e avisou que só continuaria se classificasse a Croácia. Venceu o confronto com a Grécia, foi mantido para a Copa da Rússia e, sem ganhar nenhum mata-mata no tempo normal, chegou à final, e a Croácia ficou com o vice-campeonato mundial. Mereceu a continuidade e ganhou todo o "ciclo" porque, mesmo sem fazer parte do "processo" em 2018, comandou o time até o vice-campeonato mundial. E agora, novamente sem vencer um mata-mata no tempo regulamentar (só venceu Canadá, na fase de grupos, durante os 90 minutos), Dalic eliminou o Brasil de Tite, o treinador que teve um "ciclo" e meio, seis anos no "processo" com começo, meio e fim... Fim este decretado por Dalic. Viva a memória!
Uma pausa em fatos indiscutíveis para um grifo meu, subjetivo: para além do "processo" e do "ciclo", um fator que pode ser considerado é que Modric é croata...
3) Marrocos fez história e se tornou o primeiro semifinalista do continente africano na história das Copas sem nenhum trabalho de continuidade nem participação do treinador Walid Regragui no "processo" e no "ciclo". Regragui estreou no comando de Marrocos em setembro, na última data Fifa antes do Mundial do Qatar. Marrocos chegou à semifinal invicto eliminando, nas quartas de final, Portugal do longevo Fernando Santos. Aliás, o técnico foi campeão da Euro em 2016. E o seu trabalho não melhorou nem evoluiu, como atestam os resultados, com a continuidade e o longo tempo. Portugal, que fez uma Copa do Mundo ridícula, ficou atrás da Sérvia (que fez um Mundial ridículo) nas eliminatórias e precisou vencer a Macedônia do Norte na repescagem para ir ao Qatar. Viva a memória!!
4) Deschamps, campeão como capitão em 1998, repetiu Zagallo e Beckembauer ao, em 2018, sagrar-se campeão como técnico e jogador. Está há dez anos no cargo e nos últimos quatro anos tomando pau por o "ciclo" ser ruim... A França, por exemplo, virou freguesa da Dinamarca e deu vexame na Liga das Nações. Sobre o "processo", na Copa, que é o que importa, mesmo perdendo OITO jogadores às vésperas do Mundial, o oitavo deles, Lucas Hernández, durante a estreia contra a Austrália, a França chegou à semifinal vencendo, na fase de grupos, a Dinamarca de ótimo "ciclo" e, já nos mata-matas, atropelou a Polônia e eliminou a Inglaterra, outra rival de "ciclo" superior. Viva a memória!
Palpites? A final vai ser entre a Argentina, porque tem Messi, e França, porque tem Mbappé. E o "ciclo" não tem nada com isso. Como nunca teve desde 1930. No meu bolão, que errei no atacado, ainda posso acertar no varejo. Meu campeão era a França; vice, a Argentina; artilheiro, Mbappé. Já errei o 3º e 4º porque apostei, respectivamente, em Brasil e Inglaterra.
PS: Força, Pelé!
AQUI todas as colunas Vitor Guedes
Leia as colunas dos jogos da Copa do Mundo do Qatar
Polônia 0 x 2 Argentina e Arábia Saudita 1 x 2 México
País de Gales 0 x 3 Inglaterra e Irã 0 x 1 Estados Unidos
Holanda 2 x 0 Qatar e Senegal 2 x 1 Equador
Inglaterra 0 x 0 Estados Unidos
Argentina 1 x 2 Arábia Saudita
Estados Unidos 1 x 1 País de Gales
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!
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AQUI a análise da seleção inglesa feita por Paulo Andrade, Bernardo Ramos, Rafael Oliveira, Rodrigo Coutinho e eu.
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