Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Falar após o fiasco do Brasil sacramentado é constrangedor para puxa-sacos!
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Estudar, em qualquer área, inclusive, óbvio ululante, no futebol, nunca é demais. Nunca. Dito isso, com todas as letras, sem minimizar a importância real de se aprofundar, é preciso registrar que há quem estude a vida inteira futebol e, mesmo assim, nunca entendeu a alma do jogo, as subjetividades e nunca vai entender parte considerável da essência do jogo, fatores que não são tabulados por mapas de calor, planilhas de posse de bola, "processos" e números aleatórios, que não dizem absolutamente nada de relevantes e, muitas vezes, mentem deslavadamente.
Dito isso, vamos de 10 (número em homenagem a Mbappé, Messi e Modric, três craques que honraram no Qatar o número mítico de Pelé e Maradona) constatações que qualquer um (qualquer um mesmo) que entende minimamente de futebol sabe porque sempre foi óbvio e, pois, deveriam ter sido levadas em conta antes do fracasso da seleção brasileira contra a Croácia.
10 Obviedades que foram ditas, com TODAS AS LETRAS, ANTES da decepcionante eliminação. Falar agora é tão fácil para quem falou antes... Agora, quem puxou o saco e passou o pano, resta o constrangedor e mentiroso argumento de que falar agora é fácil para justificar o próprio lambe-botismo e passa-panismo... Viva a memória!
1) Neymar é um dos melhores batedores de pênalti do mundo. E o melhor, disparado, dentre os 26 convocados por Tite para a Copa do Mundo do Qatar. Sobre qualquer aspecto, é completamente absurdo e indesculpável o fato de ele não ter cobrado uma penalidade na decisão contra a Croácia. E tinha de ser a primeira! É óbvio que tinha de bater e bater primeiro! Como, registre-se, fez Messi na classificação argentina contra a Holanda. Viva a memória!
2) Lionel Scaloni, campeão da Copa América e invicto há 36 jogos, mudou metade do time após a derrota para a Arábia Saudita na estreia da Argentina no Qatar só chegou na final porque o treinador deu uma banana para o tal "ciclo" e para a cascata do "processo" e privilegiou quem está jogando bem neste momento e adaptou o seu time aos adversários: contra a Austrália, três atacantes, contra a Holanda, três zagueiros, contra a Croácia, três volantes. O Brasil de Tite, a exemplo de 2018, ficou preso ao "processo" e ao "ciclo" e foi eliminado sem mudar o que tinha que ser mudado durante o Mundial. Viva a memória!
3) Rodrygo é muito mais jogador do que Raphinha. Muito mais. Muito mais 818 vezes. Em qualquer função e posição! Inclusive na ponta direita! E, além de SER muito melhor, Rodrygo ESTAVA num momento muito melhor que Raphinha no Qatar. Ter começado a Copa, insistindo em todos os jogos e mantido a escalação de Raphinha como titular e Rodrygo na reserva até a eliminação contra a Croácia, foi um erro óbvio, previsível e crasso de Tite e de sua comissão técnica. Sempre foi óbvio. Viva a memória!
4) O atacante (A-TA-CAN-TE!!!) Gabriel Jesus, que não marcou nenhum gol nos 5 jogos da fracassada campanha de 2018, teve a chance de jogar mais três jogos no Qatar e, até ser cortado por lesão, completou 8 jogos em Mundial sem marcar um mísero gol. E mesmo assim contou com absurda insistência do treinador Tite. O Gabriel Jesus joga na Inglaterra? Ou melhor, na "Premier League"... E daí? Chamar 9 (NOVE!!!) atacantes, entre eles Gabriel Jesus, que não acrescentou absolutamente nada, e não levar um quinto zagueiro canhoto é de uma falta de equilíbrio chocante. Sempre foi óbvio e alertado por quem não vive de puxar o saco e passar pano. Viva a memória!
5) Torcida e crítica não são, nem nunca foram, sinônimos de claque e fã-clube. Nem todos brasileiros presentes nas arquibancadas do Qatar merecem o status de "torcedor" e nem todo o mundo que tem acesso ao microfone faz parte da "crítica". Sempre foi óbvio, claro e cristalino. Viva a memória!
6) Thiago Silva nunca demonstrou equilíbrio emocional e espírito de liderança que justificasse usar a faixa de capitão. Nunca. Como zagueiro, mesmo veterano, poderia ser mais um do time, nunca o capitão. A sua fala, patética, sobre colegas que comeram bife de ouro e o fatídico gol sofrido pelo Brasil contra a Croácia, com o time completamente bagunçado a 4 minutos do fim da prorrogação, mostra que o Brasil jamais teve um líder em campo. Sempre foi óbvio que Thiago Silva não tem perfil para ser capitão da seleção e, mesmo assim, usou a braçadeira pela terceira Copa consecutiva: os resultados falam por si. Viva a memória!
7) Daniel Tantã Alves não tem mais a menor condição de jogar em alto nível. Numa lista de 26 (VINTE E SEIS JOGADORES!!!), chamar só três laterais (o Vovô Olímpico sempre foi café com leite a ponto de nem sequer ser cogitado quando foi preciso improvisar nas duas laterais e fazer alterações durante o jogo) para fazer homenagem em Mundial é uma aberração. Viva a memória!
8) Paquetá, que jogou bem mais no Lyon, do que está jogando no West Ham, é um jogador bom. Útil. E não contribuiu no Qatar mais do que Gustavo Scarpa, que tem uma bola parada muito melhor, poderia contribuir. Poderia fazer parte do grupo, como fez, jamais poderia ser tratado como titular inconteste. Muito menos o único armador de um time num jogo contra um adversário como a Croácia, que tem como qualidade única o controle do jogo com passes bem trocados no meio-campo. Sempre foi óbvio. Viva a memória!
9) Fred joga na Inglaterra (os colonizados afetados preferem chamar de "Premier League"). É reserva do gigante Manchester United, que vive péssima fase. E não joga absolutamente nada que justificava ser chamado para o seu segundo Mundial. Nunca jogou. Nem quando foi chamado, machucado, em 2018. Se é um jogador que atua no Brasil que perde a bola na ponta direita faltando quatro minutos para acabar a prorrogação ia ter colonizado babando que o nível do futebol no país explicaria a burrice e blá-blá-blá. Mas estava cheio de gente defendendo a convocação do Fred porque fez parte do maldito "ciclo", do "processo" e outras bobagens que não servem para absolutamente nada! Viva a memória!
10) Gabigol é ótimo batedor de pênaltis e, numa Copa, que poderia (como foi e quase sempre é) ser decidida nas penalidades, deveria fazer parte do grupo de 26 (VINTE E SEIS!!!) jogadores. Mais do que óbvia, era uma convocação obrigatória! Sem bater penalidade, Gabigol decidiu duas Libertadores para o Flamengo e, na que perdeu, também fez o gol do seu time. Viva a memória!
Dizem, o que está longe de ser verdade, que ser puxa-saco e passador de pano é fácil porque o covarde fica sempre bem com o poder e não se indispõe com ninguém. É, no máximo, uma meia verdade. Deve ser duro conviver com a própria figura de lambe-botas.
AQUI todas as colunas Vitor Guedes
Leia as colunas dos jogos da Copa do Mundo do Qatar
Polônia 0 x 2 Argentina e Arábia Saudita 1 x 2 México
País de Gales 0 x 3 Inglaterra e Irã 0 x 1 Estados Unidos
Holanda 2 x 0 Qatar e Senegal 2 x 1 Equador
Inglaterra 0 x 0 Estados Unidos
Argentina 1 x 2 Arábia Saudita
Estados Unidos 1 x 1 País de Gales
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!
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Palpites da 2ª rodada da fase de grupos
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Vexame argentino reitera a importância de Tite escalar Vini Jr!
Palpites do Basílio e do Vitor Guedes para a 1ª rodada da fase de grupos da Copa
AQUI a análise da seleção inglesa feita por Paulo Andrade, Bernardo Ramos, Rafael Oliveira, Rodrigo Coutinho e eu.
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