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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Franceses que façam biquinho: Argentina não é colônia!

Emiliano Martínez, goleiro da Argentina, agarrou e dançou na final contra a França - Kirill KUDRYAVTSEV / AFP
Emiliano Martínez, goleiro da Argentina, agarrou e dançou na final contra a França Imagem: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

Colunista do UOL

23/12/2022 12h17Atualizada em 23/12/2022 12h17

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A Federação Francesa reclamou de "excessos" de jogadores da Argentina na comemoração do título. Alguns políticos também tentaram pegar carona populista e se manifestaram reclamando da alegria exagerada rival...

No futebol, que já se convencionou e segregar torcedores adversários _ou até mesmo impedi-los nos casos bizarros de torcida única, comum aqui nos clássicos paulistas e argentinos_ e até punir com cartão amarelo jogador por comemorar gol perto da torcida local (quando a sua torcida nem sequer está presente), não surpreende.

Na Espanha, Vini Jr foi vítima de críticas racistas por dançar, por exemplo.

É óbvio que futebol, por mais global que seja, não é um mundo à parte e, pois, está sujeito às culturas locais. Dançar, pintar cabelo, festejar, provocar ou silenciar são gestos que respeitam características culturais e também individuais de cada atleta.

Não há, dentro dos limites civilizatórios (leia-se ofensas homofóbicas, misóginas, racistas, elitistas), certo e errado. Mas há uma tentativa no futebol, como aconteceu e acontece em todas as áreas, do primeiro mundo, digo, o mundo mais rico, que no futebol é a elite europeia, querer uniformizar e padronizar o certo e errado dentro do seu olhar.

Argentinos, comemorem! Franceses, que comemoraram muito em 2018 e têm uma geração liderada por Mbappé que os colocam já como favoritos parar 2026, preparem-se, vençam e voltem a comemorar como bem entenderem, desde que respeitem, óbvio, os imigrantes. Apesar do mundo ainda viver sobre o impacto cultural, financeiro e político do período colonial, a Argentina, o Brasil e toda a África não são mais propriedades culturais da metrópole europeia.

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL