Topo

Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Futebol também merece a alegria e a civilidade do Samba do Trabalhador

O ex-jogador Junior e o compositor Moacyr Luz, no Samba do Trabalhador, no Clube Renascença, em março de 2020; espaço que funciona toda segunda-feira pulsa a alma do melhor do Brasil  - Marluci Martins/Divulgação
O ex-jogador Junior e o compositor Moacyr Luz, no Samba do Trabalhador, no Clube Renascença, em março de 2020; espaço que funciona toda segunda-feira pulsa a alma do melhor do Brasil Imagem: Marluci Martins/Divulgação

Colunista do UOL

27/12/2022 11h54Atualizada em 27/12/2022 13h20

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Nesta segunda (26/12), realizei o desejo de conhecer, levado pelo meu irmão Marcos Guedes, paulistana da gema, mano metido a merrrmão, o Samba do Trabalhador, no Renascença Clube, no Rio.

E só tive a sorte de conhecer porque o caçula, que nasceu de 8 meses, precavido, pagou os R$ 33,00 de cada um pela internet, antecipado. Na porta, já tinha esgotado... Lotado!

Não sei como era no tempo em que Don-don jogava no Andarhy, mas hoje o futebol merecia ambientes da mesma qualidade, energia e simplicidade.

No palco, roda de samba raiz comandada pelo rubro-negro Moacyr Luz, como é o combinado. Ainda contou com a palinha da vascaína e portelense Teresa Cristina, do atleticano Toninho Geraes e de muita gente conhecida, respeitada e admirada na comunidade do samba.

Na plateia, com uma lotação próxima a do Maracanã na final da Copa de 1950, camisas do Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo se misturavam a grande maioria à paisana. Vestido com a branca e preta do meu time (que não revelo de jeito nenhum), fui abordado, sempre com bom humor e simpatia, por alguns rubro-negros, que queriam saber se eu tinha algum recado para mandar ao Vítor Pereira. Só desejei melhoras à sogra do canalha...

"Foi um Rio Que Passou em Minha Vida", declaração de amor composto por Paulinho da Viola à Portela, foi cantada por toda a plateia, em uníssono, por mangueirenses, como eu, salgueirenses, torcedores da Vila Isabel. Ocorreu o mesmo com sambas históricos da Verde e Rosa, do Salgueiro, do Império, da Vila Isabel...

Homens e mulheres da Velha Guarda, jovens, negros, brancos, bambas, neófitos no samba, todos, todas e todes juntos e misturados, um grande barato. Água para quem é de água, cerveja no balde de gelo para quem é de cerveja gelada, pista fervendo. Todo tipo de gente, mas todo mundo gente, gente como a gente, como a líbero loira (carioca fala loUra) rubro-negra Fabi, campeã olímpica, e o ex-árbitro negro e gaúcho Márcio Chagas.

Tomaz Miranda, rubro-negro e verde-rosa, um dos compositores do espetacular e necessário "História Para Ninar Gente Grande", que deu o título à minha Estação Primeira, em 2019, também deu o recado no Samba do Trabalhador, um espaço que tira a poeira dos porões e faz do Brasil um país de Lecis, Jamelões.

E dia 30 (me recuso a usar "sextar" porque tenho um nome a zelar, que vem de ZL) tem pré-Revéillon na Mangueira (já pago antecipado) porque eu mereço, porque o Brasil merece e porque são verde e rosa as multidões.

O que poderia ser melhor do que tudo isso? Só mandar a tristeza e o Bolsonaro embora! Um feliz, civilizado, democrático e antifascista 2023 a todos. Viva, Marielle!

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

Leia AQUI todas as colunas Vitor Guedes no UOL Esporte

As Lives do Corinthians

E me siga no Twitter e no Instagram