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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

São Paulo afunda Peixe debaixo d´água

Calleri agradeceu ao presente do caçador de borboleta João Paulo, abriu o placar no San-São e colocou fim no jejum - Marcello Zambrana/AGIF
Calleri agradeceu ao presente do caçador de borboleta João Paulo, abriu o placar no San-São e colocou fim no jejum Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colunista do UOL

12/02/2023 21h01Atualizada em 12/02/2023 21h01

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10 pitacos de São Paulo 3 x 1 Santos no encharcado Morumbi: Peixe acabou o duelo com 9 e saiu no lucro, ao diminuir com Rwan, de pênalti, no final, após bobagem de Beraldo. Teve ainda um pênalti claro e constrangedor de Messias ignorado pelo apito quando o placar estava 2 a 0.

1) Com a primeira vitória em clássicos na temporada, o São Paulo ultrapassou o Corinthians no saldo de gols. Como o Palmeiras disparou e dificilmente perderá a liderança geral da fase de classificação do Campeonato Paulista, é importante o Tricolor ficar à frente do Timão para ter o mando de campo em uma eventual semifinal contra o seu maior rival.

2) João Paulo, que é um grande goleiro, mas não faz um bom Paulistão, acabou com o jejum de Calleri na temporada ao caçar borboleta aos 15 minutos. O Santos sentiu o golpe e foi à nocaute em seguida, ao ficar com 10 jogadores e levar o 2 a 0. João Paulo voltou a falhar no gol de Luan, do meio da rua.

3) Sem Rodrigo Nestor e David, Galoppo foi escalado desde o começo, ao lado de Luciano e Calleri. Ajudado e muito, é verdade, pela insanidade santista, o São Paulo matou o confronto logo na metade do primeiro tempo, quando o artilheiro Galoppo converteu o pênalti no lance em que o (fraco lateral e dublê de goleiro) Lucas Pires meteu o braço na bola e foi muito bem expulso.

4) Odair Hellmann escalou o Santos com quatro atacantes de origem: Lucas Braga, Ângelo, Mendoza e Marcos Leonardo. Tenho impressão que até o torcedor santista mais radical, refém do tal "DNA ofensivo", preferiria sair do Morumbi comemorando um pontinho com um 0 a 0 do que a derrota incontestável. Qual a chance de o Peixe, que seria azarão no Morumbi mesmo que a equipe fosse bem armada, ter sucesso no San-São após uma escalação esdrúxula e sem qualquer cabimento? Nenhuma, como ficou provado! Depois da expulsão, Hellmann trocou Angelo, que não deveria ter começado, por Nathan. No segundo tempo, após a (justa) expulsão de João Lucas e o Peixe ficar com 9, Mendoza deu lugar a Messias.

5) Em um gramado encharcado e tendo que driblar poças, o São Paulo jogou, neste domingo, em dez minutos, mais que Santos, Corinthians e Portuguesa somados. Ou seja, é claro que um bom gramado é fundamental e importante, mas não é menos óbvio que, muitas vezes, a coitada da grama (que não dá entrevista e, pois, não pode se defender) carrega mais culpa do que ela realmente tem...

6) No 11 contra 11, no 10 contra 11 e no 9 contra 11, Mendoza não conseguiu levar a melhor sobre Orejuela: quem, à época, chamou a contratação peixeira de "reforço" pode reavaliar a definição.

7) Para sonhar com grandes conquistas, o São Paulo precisa melhorar o jogo pelas laterais. Todos os laterais direitos contundidos e Wellington, na esquerda, ainda não mostraram na temporada futebol compatível a um time que pretenda desafiar o favoritismo do Palmeiras.

8) Que o presidente Andrés Rueda não entende nada de futebol está muito claro. Dito isso, fica a pergunta: o que faz, de prático, Falcão no Peixe?

9) O Santos tem que se preocupar (e muito) com o Campeonato Brasileiro se quiser manter o status de nunca ter sido rebaixado. No Paulistão, a equipe, que passou a vergonha de lutar contra a degola nas últimas duas edições, não vai cair, que é menos do que o mínimo, mas em nenhum momento insinuou que poderia brigar contra os seus rivais!

10) Clássico com torcida única (seja no Morumbi, na Vila, no Allianz Parque ou na Neo Química Arena) é a falência do Estado e a confissão de preguiça e incompetência das autoridades. Um absurdo civilizatório e esportivo, além de não resolver a questão da violência, como está muito claro faz tempo.

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

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