Yara Fantoni

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Reportagem

Da esquisita à rêfencia no Skate - Karen Jonz na abertura do Park em Paris

Ela era a esquisita da turma em Santos. Quando chegava à padaria percebia os olhares estranhos, mas aquilo era visto mais como um desafio do que uma mera intimidação. A rejeição não fez com que ela recuasse, e sim a provocou para superar barreiras e se tornar a primeira mulher campeã mundial de skate e, hoje, convidada para participar da abertura do Skate Park em Paris. "Eu não estive nem na minha cerimônia de formatura da faculdade e agora estarei na abertura do Park em uma Olimpíada! O esporte me proporcionou tudo! É muito louco! Em vim no caminho chorando", revelou.

Com 40 anos, Karen Jonz, que participa da cobertura do UOL em Paris, foi entrevistada no Fala Maria, da Nsports, e contou sobre as adversidades vividas por uma mulher protagonista em um esporte tipicamente masculino. De acordo com Karen, a única referência do pai dela, quando se falava de uma mulher no skate, era de uma garota de programa, que depois ela até chegou a conhecer. As coisas só mudaram um pouco quando ele, sem querer, presenteou a filha com um tênis que era de uma skatista estrangeira. " Desde que eu subi no skate, eu sabia. Mentira, na primeira, eu caí. Na segunda, eu tinha certeza de que era aquilo. Eu amo falar do Skate, eu amo viver do Skate", explicou.

Depois de títulos importantes, a skatista sente que o olhar das pessoas mudou e se espanta quando ,os que criticavam a "menina esquisita", pedem fotos. " Foi inacreditável! Quando eu voltei do meu primeiro mundial, as pessoas da padaria começaram a me olhar diferente! Aí eu dizia: Sou eu ainda! Sou aquela menina que vocês achavam esquisita! Aí eu virei celebridade na padaria ", detalhou.

Karen também comentou sobre a polêmica em relação a torcida contra os skatistas rivais que est;a rolando nos Jogos e que está sendo odiada na internet pelo posicionamento que tem. " Estão me odiando na internet. Na olimpíada passada me amavam, hoje me odeiam. Eu sou skatista e tenho minha bagagem, Eu fiz o vídeo e a minha parte! Eu não vou torcer pra alguém cair ou jogar spray, pois é diferente no skate. Quanto melhor o adversário, melhor nos preparamos para enfrentá-lo. ", explicou.

Em Paris, a equipe brasileira garantiu presença máxima com 12 skatistas e, por enquanto, garantiu um bronze com Rayssa Leal no street. No Park, Isadora Pacheco, Dora Varella e Raicca Ventura, Augusto Akio, Luigi Cini e Pedro Barros vão representar o Brasil. " Só de chegar a uma final já é uma conquista. A medalha é o top 3. O ouro é a conquista máxima. Mas só de estar entre os 10 já é muito bom", enfatizou.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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