Uma vergonha a agenda e o troca-troca de datas do futebol brasileiro
Temos que chamar o VAR agora para saber se procede qualquer marcação de data de jogo no futebol brasileiro. A agenda está uma bagunça! Clubes prejudicados, a torcida que não pode se programar e a própria CBF que perde credibilidade ao ir contra seu próprio regulamento.
E não adianta comemorar que se deu bem ou se lamentar que se deu mal. Como diz o velho ditado: um dia da caça, o outro do caçador! Pedrinho e Augusto Melo foram às redes se manifestar que Atlético e Flamengo estão sendo beneficiados com as mudanças. Antes disso, o time mineiro e o carioca já se articulavam nos bastidores para viabilizar a troca, que foi negada em uma primeira sondagem da CBF com as equipes rivais.
O Atlético, no caso, é o único clube brasileiro que disputa as três principais competições simultâneas ( Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores) e, com a data FIFA, toda a logística fica quase que impraticável. Entretanto, no calendário surreal do futebol brasileiro, se um time quer chegar até a reta final de todas as competições que disputa, é necessário ter elenco para descansar atletas e poder ceder jogadores para as respectivas seleções. A possibilidade de datas que se misturam existe desde o início da temporada. É como uma outra fase: não se pode ter tudo. Um time que se destaca culmina em jogadores visados por seleções; já disputar muitas competições simultâneas sem elenco com peças de reposição à altura (o que é quase utopia, afinal não existem dois Aranas, por exemplo) resulta em desgastes e lesões. Para mim, toda a polêmica de agora já é premeditada.
Eu fico realmente na dúvida de até quando vale o bom senso ou até quando devemos seguir à risca o que está no regulamento. Mas é importante ressaltar que ter bom senso com um clube pode prejudicar outro. A partir do momento em que a outra parte se sente lesada, precisa haver uma justiça para que não haja pesos e medidas diferentes em um mesmo caso, como alegou Pedrinho. O presidente afirmou que o Vasco teve que jogar contra o Athletico Paranaense nas mesmas condições que o Atlético Mineiro enfrentaria agora.
Já o alvinegro paulista até recorre ao regulamento para mostrar o tropeço da CBF, em que, no terceiro capítulo do documento, o de Disposições Técnicas, estabelece que:
Um clube não pode solicitar alteração de datas devido à convocação de atletas para a Data FIFA;
As solicitações de alterações de partidas devem ser feitas exclusivamente pelas partes interessadas, que são: clube mandante, federação mandante e a emissora detentora dos direitos de transmissão.
Além de todas as polêmicas relativas aos clubes, vale olhar pelo lado do torcedor, que também é prejudicado pelas trocas. Aquele fiel que, assim que sai uma data de jogo importante, já compra passagem para jogo fora e que agora vai ter que se virar com hotel e voo.
Um quebra-cabeça complicado que, ao meu ver, está longe de ser resolvido.
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