A preparação brasileira para a Copa de 1978 foi conturbada, assim como nos certames anteriores. O time começou as eliminatórias com Osvaldo Brandão no comando, mas ele foi substituído por Cláudio Coutinho após o empate em 0 a 0 com a Colômbia.
EFE
Leão faz história
Nem tudo foi ruim para a seleção na Copa em que ela conquistou o título de "campeã moral". Pelo menos um brasileiro entrou para a história em 1978: o goleiro Emerson Leão.
Ele deixou para trás o alemão Sepp Mayer e o inglês Gordon Banks: foram 457 minutos sem levar um único gol, um novo recorde para as Copas, superando os 449 do alemão e 438 do inglês.
Com Coutinho à frente, a seleção não teve problemas para se classificar. Venceu quatro e empatou um dos jogos restantes, marcando 17 gols e sofrendo apenas 1.
O Brasil viajou para a Argentina com uma equipe cheia de craques - do goleiro Leão, um dos melhores do mundo, ao craque Zico e ao artilheiro Roberto Dinamite -, mas prejudicado por diversas contusões e pela falta de conjunto.
Na primeira fase, estreou com um 1 a 1 diante da Suécia (gol de Reinaldo), ficou no 0 a 0 com a Espanha e, precisando derrotar a Áustria para se classificar, venceu apenas por 1 a 0.
Na fase semifinal, o desempenho brasileiro melhorou sensivelmente. Já era outro time contra o Peru, a quem venceu por 3 a 0, com gols de Zico e Dirceu (dois). O jogo seguinte foi o mais difícil do Brasil na Copa, contra a arqui-rival Argentina. Disputada e violenta, a partida ficou no 0 a 0.
Na última rodada da semifinal, contra a Polônia, o time fez mais uma boa apresentação. Nelinho abriu o placar para os brasileiros, mas Lato, artilheiro da Copa anterior, empatou. Na etapa final, Roberto Dinamite marcou duas vezes e garantiu a vitória por 3 a 1.
Apesar dos bons resultados, o Brasil não se classificou para a decisão. A Argentina fez 6 a 0 no Peru (em jogo que ficou sob a suspeita de ter sido "arranjado") e ficou com a vaga graças ao saldo de gols.
Restou a decisão do terceiro lugar contra a Itália, e o Brasil ganhou de virada, por 2 a 1, terminando a Copa invicto. O técnico Cláudio Coutinho, então, cunhou uma expressão que até hoje serve para definir o desempenho brasileiro naquele mundial: "somos os campeões morais", disse, em referência à controversa e inesperada goleada sofrida pelo Peru diante da Argentina, que eliminou o Brasil da disputa pelo título.