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"Tiger Woods do esqui", Lindsey Vonn vence lesões e peso para brilhar nos Jogos

Do UOL Esporte

Em São Paulo

03/02/2010 13h00

Apesar de centenas de atletas terem usado este início de inverno no hemisfério Norte para fazerem os últimos retoques para as Olimpíadas de Inverno, que começam no dia 12, uma norte-americana foi o centro das atenções. Competidora do esqui alpino, a bela Lindsey Vonn não impressiona só pelo título de musa, mas pelo domínio nas provas de downhill e slalom, além de ser um exemplo de superação, chamada até de “Tiger Woods do esqui” por uma TV dos EUA.

  • EFE e AFP

    A musa Lindsey Vonn se machucou na Áustria; ela é uma das estrela para Vancouver-2010, tendo confirmado sua partipação nos Jogos, pela terceira vez em sua carreira, aos 25 anos

Só nestes últimos meses, Vonn sofreu com uma lesão no braço devido a uma queda e ainda foi protagonista de um momento tragicômico: durante uma descida, mordeu a própria língua. Apesar de chegar sangrando à linha de chegada, foi campeã. Agora, como na carreira vitoriosa do golfista, ela espera fazer de Vancouver o seu palco de medalhas de ouro – ou como a imprensa dos Estados Unidos já gosta de chamar, Vonncouver.

MUSA PROTAGONIZOU LESÃO CURIOSA

  • Jonathan Hayward/AP

    Não bastasse machucar o braço, a musa dos EUA Lindsey Vonn teve uma lesão muito mais curiosa no início do mês de dezembro. No dia 3, ela teve uma pequena falta de concentração e, no calor da disputa do downhill, mordeu a própria língua. Para conter o intenso sangramento ela usou o primeiro bloco de gelo que encontrou. Em tempo, a mordida na língua não tirou dela mais uma vitória.

A esquiadora de 25 anos chegou bem ao final desta temporada pré-Jogos, com o título da Copa do Mundo conquistado no fim de semana, por antecipação. No entanto, ela teve de ignorar problemas na mão e no braço para vencer em Saint Moritz, na Suíça. Ela caiu na Áustria, em dezembro, e chegou a completar a prova com o braço apoiado em tipóia.

Até por conta deste problema, ela não se diz favorita para os Jogos. "A confiança está voltando. Sei o que posso fazer. Trata-se de confiar em mim mesma e acho que estarei bem", completou Vonn, ainda modesta.

Existe certo ceticismo quanto à esquiadora, mesmo com seus ouros no Mundial - no downhill e no Super G -, principalmente pelas constantes críticas quanto ao seu peso. Algumas das palavras negativas vieram dos seus rivais, mas Vonn tratou de tentar tirar o assunto do centro das atenções.

“Eles usaram a palavra pesada só para me irritar. Pesada? Isso é ridículo, tenho orgulho de trabalhar de forma ética e tenho a boa forma de qualquer outra atleta no esqui. Como mulher, quero deixar este assunto de lado. Mas com certeza ele é uma motivação”, disse ela, ao The New York Times.

Outra polêmica é que ela pode liderar um movimento parecido com o dos supermaiôs da natação. A empresa Spyder, que veste EUA e Canadá, promete dar um traje especial aos competidores, que ajudaria nos tempos finais por diminuir a resistência do ar.

  • Reprodução

    Capa da revista Sports Illustrated deste mês de fevereiro, com a estrela e musa Lindsey Vonn

NASCIDA NA NEVE

A história de Lindsey Vonn com o esqui começou logo aos dois anos de idade, na cidade de Saint Paul, Minnesota (EUA). Aos 16 anos ela já acelerava montanha abaixo na Copa do Mundo, tendo estreado nos Jogos de Inverno em 2002, em Salt Lake City.

Turim-2006 foi sua maior chance de brilhar, mas uma lesão a impediu de brigar pelo ouro. Lindsey treinava para a prova de downhill quando sofreu uma queda e deixou a estação de esqui de helicóptero. Mesmo com o quadril machucado, ela foi oitava colocada, ganhando um prêmio pelo espírito olímpico demonstrado na Itália.

Apesar de tudo isso, Lindsey Vonn competirá sob pressão. Sem um grande número de estrelas individuais, ela acabou figurando como atleta de maior destaque dos Estados Unidos, estampando anúncios e figurando em comerciais. Portanto, será um momento bem diferente de 2002, quando pôde guardar como recordação o fato de ter participado pela primeira vez das Olimpíadas aos 17 anos.

“Agora será totalmente diferente, há expectativa e pressão. Será menos sobre a experiência olímpica e mais sobre os resultados. Não poderei apenas desfrutar aquele momento, tendo sempre de estar pronta para vencer, o que é muito mais duro, mas também recompensador”, explicou Vonn. Pelos títulos nos últimos dias, ela prova que tem condições de sobra para cumprir o esperado no Canadá.