Irã tem primeira mulher nos Jogos; na neve, vestimenta não traz preocupação

O Irã não inspira uma imagem que lembre neve e inverno. Ainda assim, uma esquiadora será a primeira mulher a representar o país nos Jogos Olímpicos de Inverno, depois de crescer ao lado de uma estação de esportes de inverno na cidade de Dizin, localizada ao norte de Teerã.

Com apenas 21 anos, Marjan Kalhor nunca imaginou que acabaria conquistando tamanho feito para o seu país. Prova de sua qualidade é que ela conseguiu classificação em duas modalidades, disputando o slalom gigante no dia 24 e, dois dias depois, o slalom. Além dela, mais quatro atletas representam o Irã, mas nenhum reside no país.

“Estou muito feliz por participar dos Jogos, e mais ainda por ter a honra de ser a primeira mulher a representar o país”, afirmou ela, à AFP.

A sorte da esquiadora é que não tem de se incomodar com os rígidos costumes do Irã, em que a religião tem papel forte inclusive no modo de vestir. “O esqui é um esporte em que você tem de estar completamente vestido”, diz ela, lembrando do forte frio que enfrenta. “Assim, não há problema com o vestuário e respeito o código islâmico.”

Kalhor começou a esquiar muito cedo, já aos quatro anos. Aos 11, conquistou seu primeiro título nacional. “Cresci em Dizin, onde esquiava com a minha família. O título no juvenil, já aos 11 anos, permitiu que eu pudesse sonhar.”

As dificuldades no Irã são que a temporada de inverno é muito curta. O esqui é um esporte de uma minoria, mesmo que o país conte com longas cadeias montanhosas. Uma das influências para ela foi o irmão, que chegou a ser campeão nacional e hoje é diretor técnico da delegação do país, que tem como melhor posição o 30º posto de Hassan Shemshaki no slalom, em Nagano-1998.

O sucesso da iraniana a fez ter de conciliar os estudos para ser professora de Educação Física com o esporte. Agora, ela tenta uma boa posição em Vancouver, aproveitando para pegar experiência para os próximos Jogos, em 2014, eu Sochi (RUS).

*Com agências internacionais