Centenas de georgianos carregam o corpo de Kumaritashvili em sua cidade natal |
O Comitê Olímpico Internacional (COI) admitiu nesta quinta-feira, pelas palavras de seu presidente Jacques Rogge, que o órgão tem “responsabilidade moral” pela morte do georgiano Nodar Kumaritashvili, que morreu após se chocar fortemente contra um pilar de aço durante os treinos para a competição de luge em Vancouver no último dia 12.
Ainda que um relatório feito pela federação responsável pela modalidade tenha apontado falha humana na ocorrência, Jacques Rogge aponta que a tragédia pode ter deixado uma nuvem negra pairando sob toda a competição olímpica. “Vai ficar marcado, assim como ficou em Munique e Atlanta”.
Nas Olimpíadas de Verão de 1972, em Munique (Alemanha), militantes palestinos atacaram e fizeram reféns diversos atletas israelenses, matando 11 deles. Já em Atlanta-96, uma bomba explodiu no Parque Olímpico matando uma pessoa e ferindo outras 100.
“Se você olha para o caso [de Kumaritashvili] juridicamente, o COI não é legalmente responsável, e sim a federação internacional. Mas nós somos moralmente responsáveis”, afirmou Rogge.
Ainda assim, atletas e funcionários dos Jogos de Inverno dizem que a pista de Whistler, onde ocorreu o acidente, estava demasiadamente rápida. O traçado da pista foi desenhado pela federação internacional da categoria, mas a sua construção ficou a cargo do comitê organizador dos Jogos de Vancouver.
Tentando se mostrar ativo no caso, o presidente COI diz já ter pedido às federações de luge e bobsled uma revisão das regulamentações de infra-estrutura e do processo qualificação dos atletas, além de ter enviado uma carta ao comitê organizador dos próximos Jogos de Inverno, em Sochi (Rússia), solicitando que a segurança seja primordial na construção das pistas de descida no gelo.
Conheça a carreira de mais de 10.000 atletas