Pai diz que família é humilde e vaquinha ajudará Lais Souza a sobreviver
A polêmica "vaquinha" proposta pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para ajudar a ex-ginasta Lais Souza encontrou um defensor importante: o pai da atleta. Antônio Souza afirmou que o dinheiro será muito importante para dar mais conforto a Lais quando ela voltar ao Brasil e que vai ajudá-la a sobreviver.
“Somos de uma família humilde e não temos recursos disponíveis. Essa ajuda vai ser importante. Não sabemos se ela terá salário ou algum tipo de aposentadoria. Não sabemos quanto precisamos de dinheiro pra adaptar uma casa, um carro ou alguma outra coisa. Essa ajuda é pra ela poder sobreviver a uma parte do período da vida dela com mais tranquilidade, e não para cobrir o tratamento atual, como estão falando por aí”, falou o pai da atleta ao UOL Esporte.
Antônio Souza trabalha em uma indústria metalúrgica em Ribeirão Preto, e sua mulher, Odete, trabalha em uma loja de sapatos na cidade. O casal ainda tem outros dois filhos, sendo que um deles já não mora mais com a família.
Lais foi submetida a uma cirurgia de realinhamento da terceira vértebra da coluna depois de um acidente quando esquiava antes dos Jogos Olímpicos de Inverno e tem mostrado grande evolução no tratamento realizado nos Estados Unidos. Na semana passada, a Unidade de Reabilitação de Lesões Medulares do Jackson Memorial Hospital divulgou as primeiras imagens da ex-ginasta e esquiadora desde que ela foi internada, há quase dois meses.
Alguns dias atrás, o COB iniciou campanha pedindo auxílio financeiro para custear o tratamento da da ex-ginasta e esquiadora. Depois, emitiu uma nota que afirma estar à frente dos gastos, mas que não teria essa responsabilidade por Lais não estar a serviço do COB no momento de seu acidente, no dia 27 de janeiro deste ano. A entidade ainda informou que o dinheiro angariado será utilizado por Lais no futuro. (Leia íntegra do comunicado).
“Nenhuma cláusula de seguro tem necessidades de futuro. E uma campanha de arrecadação de fundos é muito bem-vinda pra procurarmos o futuro. Os seguros têm sido extremamente úteis e já estão proporcionando a ela tratamentos espetaculares, com as melhores possibilidades”, endossou Stefano Arnold, presidente da CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve).
Apesar de ressaltar que a colaboração financeira é algo que ajudará, o pai de Lais ressalta que tão importante quanto isso é demonstrar apoio de alguma outra forma. Diz ser grato a todos que desejaram força e fizeram orações.
“Eu acho assim, em outros países seria uma questão normal essa ajuda. O povo brasileiro não tem essa consciência de ajudar. Mas tenho certeza que está sendo agraciada (por todos que quiseram ajudar). Às vezes uma ajuda moral, uma visita.. tudo isso eleva a autoestima e ajuda no tratamento dela, independentemente da ajuda financeira.”
ARRECADAÇÃO DE FUNDOS É COMUM EM OUTROS PAÍSES, DIZ CONFEDERAÇÃO
O presidente da CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve), Stefano Arnold, disse que a prática de recolher fundos para um atleta que passa por momentos semelhantes ao de Laís é normal e que durante os Jogos Olímpicos de Sochi muitos atletas estrangeiros se sensibilizaram e demonstraram interesse em ajudar a brasileira. “Vários atletas vieram me perguntaram sobre esse fundo, que é uma prática muito comum no exterior. Achei interessante que americanos e canadenses questionaram se já tínhamos aberto o fundo e se colocaram à disposição para colaborar (financeiramente).”
Fé na recuperação total
Lais se locomove de cadeira de rodas e ainda não consegue mexer os braços. De acordo com o médico do COB, Antonio Marttos Jr., hoje ela tem movimentos até a região dos músculos peitorais. Para se locomover, ela usa uma cadeira de rodas adaptada, que ela consegue controlar com a cabeça.
Em seu atual processo de recuperação, Lais realiza fisioterapia motora, respiratória e ocupacional de forma intensiva. Ainda não informado sobre chance ou etapa em que Lais possa eventualmente recuperar os movimentos totais.
O pai da atleta diz ter muita fé de que ela conseguirá sair 100% da recuperação, mas já se prepara para adaptar sua residência às necessidades da cadeira de roda.
“Algumas coisas nós já estamos fazendo. Já tenho frequentado um centro de reabilitação para ver como manejar uma pessoa com esses problemas. Alguma coisas já estou fazendo, Mas tenho a maior fé do mundo de que vou precisar muito pouco disso. Acredito fielmente em Deus no que vai acontecer. Mas se que ela vai precisar (da cadeira de rodas), sabemos disso, por um, dois ou cinco meses”, falou.
“Tudo está dentro da gente, temos domínio do que a gente quer e não quer. A medicina está aí, mas o milagre também está. Acredito muito na fé, não só a nossa, mas dela de querer se recuperar e ter essa astral positivo. Isso ajuda muito.”
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