Ela treinava com Laís e precisou de ajuda para superar trauma do acidente
Dois quilos e uma decisão da comissão técnica de ginástica tiraram de Josi Santos o sonho de disputar uma Olimpíada de Verão. Mal saberia a ginasta que, oito anos depois, receberia a oportunidade de enfim se tornar uma atleta olímpica. O sonho, dessa vez, viria como pesadelo: ela estava classificada para o esqui aéreo freestyle nos Jogos de Inverno de Sochi em 2014. A vaga apareceu depois que Lais Souza, sua melhor amiga e companheira naquele momento, se acidentou e estava em um hospital nos Estados Unidos. Seis meses depois de ser última colocada em Sochi, Josi revelou ao UOL Esporte o enorme baque que foi, para ela, aceitar a ideia de competir duas semanas após ajudar a socorrer Lais – que ainda não recuperou os movimentos das pernas - em uma pista de esqui em Salt Lake City, nos Estados Unidos.
A crise do peso que encerrou a carreira na seleção de ginástica
Seis anos atrás, meses antes dos Jogos de Pequim de 2008, Josi ganhou a medalha de prata no salto no Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística, perdendo só para Jade Barbosa, na época a grande revelação do país. Mas a atleta de São Vicente (SP) não iria à Olimpíada. Dois anos antes, havia sido expulsa da seleção brasileira por causa do peso.
“Pesava 48kg, cheguei a 45kg na seleção, mas queriam que eu mantivesse esse peso. Não conseguia fazer mais nada, ter ânimo para treinar. Eu era muito alegre, extrovertida. A ginástica era uma diversão para mim. Mas eu não estava sendo essa pessoa. Isso foi mexendo muito com a minha cabeça, queria voltar pra casa, depressiva. Comecei a comer, comer, comer. Cheguei a 50kg e eles cobraram. Falei: ‘Meu, não é isso que eu quero’. Quando viram meu peso, falaram: ‘Pode pegar suas coisas e ir embora’. Eu voltei para São Paulo feliz da vida”, conta.
“Eles” é a comissão técnica liderada pelo ucraniano Oleg Ostapenko, apontado como o grande nome por trás da melhor fase da ginástica artística feminina do Brasil, mas também muito criticado por seu método repressor de trabalho na seleção permanente, que treinava no Rio.
“Eu relevei o que aconteceu comigo e continuei treinando. Mas muitas que foram para a seleção permanente sofreram algum tipo de lesão e foram descartadas. Isso foi fazendo com que atletas fossem descartadas desistissem de chegar à seleção, ir à Olimpíada, isso atrapalhou muito. A Jade ficou de fora da última Olimpíada por causa de problemas internos. Ela conseguiu dar a volta por cima, mas outras não tiveram cabeça, paciência”, lamenta.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.