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Estreante na liga, franquia de hóquei monta time em 'xepa' e admira os EUA

Tratado como piada há pouco tempo, time recém-criado virou febre em Las Vegas e surpreende a NHL - Stephen R. Sylvanie/USA Today
Tratado como piada há pouco tempo, time recém-criado virou febre em Las Vegas e surpreende a NHL Imagem: Stephen R. Sylvanie/USA Today

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

19/05/2018 11h00

Há 15 meses, o Vegas Golden Knights não tinha um jogador sequer; mas agora está na final da Conferência Oeste da NHL. A mais nova franquia da liga nacional de hóquei dos Estados Unidos era uma piada no início da temporada, só que o elenco montado em uma “feira de jogadores” encaixou e o time pode conquistar o título na primeira campanha de sua história.

Mas não se engane: este conto de fadas é diferente dos usuais. Por todo o dinheiro envolvido, seria incompatível considerar o time baseado em Las Vegas como o “coitadinho” de uma liga esportiva. Os Golden Knights admiram a NHL pela surpresa e pelo improviso, não pelo custo-benefício.

A franquia custou a bagatela de 875 milhões de dólares só para sair do papel (mais de R$ 3 bilhões atualmente). O dono Bill Foley desembolsou U$ 500 milhões para registrar a franquia na NHL e investiu o resto na T-Mobile Arena, a casa novinha em folha dos Golden Knights (dê uma olhada abaixo).

O passo seguinte foi escolher o nome, revelado em novembro de 2016 em uma cerimônia marcada por gafes e problemas de vídeo. Da amadora organização de evento nasceu a discussão sobre a capacidade da franquia em adaptar-se à NHL, dúvida que voltou à tona recentemente, quando o Exército dos EUA questionou a legalidade do nome do time de Las Vegas. “Golden Knights” é o nome do time de paraquedistas do exército, fundado em 1959, e a disputa em torno da marca está no escritório oficial do país para tratar destes temas.

O time passou a negociar contratos e patrocínios em março do ano passado, mas logo mais problemas emergiram. Segundo reportou o New York Post à época, os Golden Knights tiveram que batalhar muito para fechar a venda de direitos de transmissão de seus jogos, pois a expectativa não previa muito interesse em torno da franquia novata. O valor do acordo fechado é sigiloso, mas a imprensa dos EUA o trata como o menor da NHL.

Então veio a contratação de jogadores. A Liga permitiu que a franquia de Las Vegas negociassem com todos os outros times, que poderiam proteger até dez de seus jogadores. Assim sendo, os Golden Knights encararam uma espécie de saldão de atletas, no qual poderiam contratar apenas quem não fosse craque. Foi por meio dessa ‘xepa’ que o time foi montado, e todas as dificuldades se desfizeram no gelo.

Surpreendentemente, a equipe teve a quinta melhor campanha da primeira fase com 51 vitórias em 82 jogos. Garantiu-se nos playoffs e continuou a abismar os Estados Unidos: varreu o Los Angeles Kings (4-0) e eliminou o San Jose Sharks (4-2). Agora está na final da Conferência Oeste contra o Winnipeg Jets e nada indica que esta história surreal vá terminar tão cedo.