O brasileiro Lucas Di Grassi será o segundo piloto da equipe Manor (Virgin) na temporada 2010 da Fórmula 1. A informação foi confirmada por ele próprio, durante entrevista à TV Globo. O piloto afirmou que conversou com todas as equipes novas e chegou a um acerto sem esperar uma posição da Renault, equipe em que trabalhou como reserva este ano, e assinou com o time novato no dia 30 de novembro.
Lucas di Grassi será o quarto brasileiro no grid, situação que não acontece desde 2004
O acordo foi anunciado durante a manhã pelo site Grande Prêmio, em uma informação que, inicialmente, não foi confirmada pela assessoria do piloto. Mais tarde, ele apareceu na televisão confirmando que será o quarto brasileiro no grid em 2010. O anúncio oficial será feito na próxima terça-feira.
Até então, o brasileiro aguardava uma posição da Renault, equipe que ainda tem situação indefinida para a próxima temporada. Na semana passada, Di Grassi testou pela equipe francesa em Jerez de La Frontera.
O paulista de 25 anos conhece bem a Manor. Em 2005, Di Grassi venceu o GP de Macau de Fórmula 3 – uma espécie de campeonato mundial da categoria – pilotando para o time inglês.
Recentemente, após a equipe ser confirmada no grid da F-1 do próximo ano, o chefe da Manor, John Booth, declarou que Di Grassi seria o “piloto perfeito” para formar a dupla de pilotos com o alemão Timo Glock em 2010.
Ao lado de Rubens Barrichello, Felipe Massa e Bruno Senna, também estreante, Di Grassi será o quarto brasileiro no grid da Fórmula 1 no ano que vem, situação que não acontecia desde 2004. No GP da Itália daquela temporada, Barrichello (Ferrari), Massa (Sauber), Ricardo Zonta (Toyota) e Antônio Pizzonia (Williams) formaram o último quarteto brasileiro em um grid da categoria.
A carreira de Lucas Di Grassi
Di Grassi chamou a atenção por seu talento desde o início da carreira. Em 2002, depois de cinco anos no kart, o piloto foi vice-campeão da F-Renault brasileira, com duas vitórias. Em 2003, foi vice também na F-3 Sul-americana. Naquela temporada, participou de algumas corridas da F-3 Europeia substituindo Robert Kubica na equipe Prema, após o polonês ter quebrado um braço.
Di Grassi comemora vitória no GP de Macau, com Kubica em segundo e Vettel em terceiro; para o chefe da Manor, este foi o "o melhor momento" do time no automobilismo.
No ano seguinte, Di Grassi participou da F-3 Inglesa, onde foi oitavo colocado, com duas vitórias. Foi também em 2004 que o piloto ingressou no programa de desenvolvimento de jovens pilotos da Renault.
Em 2005, o brasileiro teve um dos melhores anos da carreira: disputou a F-3 Europeia pela própria Manor e marcou mais que o dobro dos pontos de seu companheiro de equipe, o britânico Paul di Resta. Terminou o campeonato na terceira colocação, atrás de Lewis Hamilton e Adrian Sutil, que faziam sua segunda temporada na categoria.
![]() | Fábio Seixas: É um cara que brigou muitíssimo para chegar à F-1, sem grandes patrocinadores por trás. |
![]() | Téo José:: Confesso que achava complicada a vida dele, mas conseguiu o que queria. |
Apesar do ótimo desempenho, Di Grassi não ficou com o prêmio de novato do ano, justamente porque já tinha disputado corridas da categoria em 2003. A honraria ficou com outro novato de talento, o alemão Sebastian Vettel.
Ainda naquele ano, o paulista venceu o GP de Macau com a Manor, repetindo o feito de Ayrton Senna e Maurício Gugelmin. Segundo o chefe da equipe, John Booth, aquele foi “o melhor momento” do time no automobilismo.
Em 2006, chegou à GP2, categoria de acesso à F-1. Disputou o campeonato pela equipe Durango. No ano seguinte, foi vice-campeão pela ART. O campeão foi Timo Glock, seu novo companheiro de equipe na F-1.
Em 2008, Di Grassi começou o ano como reserva da Renault, que contava com Fernando Alonso e Nelsinho Piquet como titulares. Para se manter em atividade, disputou novamente o campeonato da GP2, desta vez pela Campos. Mesmo começando a temporada na sétima corrida do ano, terminou em terceiro, apenas um ponto atrás de Bruno Senna, vice-campeão.
Este ano, disputou sua quarta temporada na GP2. Pilotando pela Racing Engineering, foi terceiro colocado, e marcou 63 dos 67 pontos da equipe no campeonato.
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