Após abandonar na 3ª volta no Bahrein, Di Grassi está mais preocupado em desenvolver seu carro
A falta de emoção na primeira etapa da temporada 2010 da Fórmula 1 gerou muita polêmica. Com a intenção de criar um espetáculo mais atraente para o público e evitar corridas chatas, como foi considerada a do Bahrein, pilotos e dirigentes já estudam possíveis mudanças no regulamento que facilitem as ultrapassagens e gerem mais ação.
Porém, nem todos os pilotos estão preocupados com o “show”. Para o brasileiro Lucas di Grassi, que abandonou a primeira corrida de sua carreira na F-1 logo na terceira volta com um problema hidráulico em sua Virgin, por enquanto existem outras prioridades mais importantes.
“Minha preocupação no momento é fazer meu trabalho. Quero é cuidar da minha equipe e do meu carro primeiro. Não cabe a mim organizar o campeonato”, disse o piloto da Virgin ao UOL Esporte.
Para Di Grassi, ainda é cedo para se discutir uma mudança nas regras da atual temporada. “Acho que tem de se esperar um pouco, foi só a primeira prova. Antes de tomar uma decisão, se é que será tomada uma decisão, é preciso analisar mais corridas. Aí sim ver se vale a pena fazer alguma mudança”, falou o brasileiro de sua casa em Londres.
"No momento em que proibiram o reabastecimento, disse que estava muito pessimista com esta mudança. As corridas poderiam ter menos emoção." | |
"As corridas são chatas porque as equipes praticamente extinguiram a disputa por posições." |
Apesar de não se preocupar com as provas entediantes no momento, Di Grassi não fugiu da polêmica. “Sem dúvida, existem várias formas de fazer a F-1 ter mais emoção e mais ultrapassagens. Uma é fazer os carros mais lentos largarem na frente dos mais rápidos. Independentemente da pista, do pneu ou do reabastecimento, se o mais rápido largar na frente, vai abrir vantagem e não vai ter briga nenhuma”, sugeriu.
“Mas ao mesmo tempo isso não seria justo, porque os mais rápidos merecem largar na frente. Então é um conflito", continuou. "A conta é bem simples. Qualquer carro a qualquer velocidade gera arrasto, uma zona de baixa pressão, o famoso vácuo. O de trás perde arrasto e ganha velocidade. Para ultrapassar, esse ganho tem de ser maior do que a perda de aderência”, explicou Di Grassi.
“Existem várias formas de se fazer isso. Mas, pelo que entendi, o regulamento não deve mudar. O que foi combinado para este ano deve ser mantido. Mas estou focado mesmo é no meu trabalho na Virgin”, finalizou o brasileiro, que espera ter condições de completar a próxima corrida, na Austrália, dia 28 de março.
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