UOL Esporte Fórmula 1
 
AP Photo/Vincent Thian

Em 2009, a chuva em Kuala Lumpur foi tão forte que a prova foi paralisada na volta 33

01/04/2010 - 07h01

F-1 espera por chuva e calor na Malásia para reviver emoção da Austrália

Guga Fakri
Em São Paulo

No GP da Malásia do ano passado, começou a chover na volta 19 e, como de costume em uma situação como essa, a maioria dos pilotos foi para os boxes para colocar pneus de pista molhada. Mas eles poderiam muito bem ter trocado seus carros por canoas. A chuva que caiu no circuito de Sepang foi tão pesada que a corrida teve de ser paralisada na volta 33.

CALOR PODE AJUDAR FELIPE MASSA

  • Felipe Massa teve dificuldade para atingir a temperatura ideal dos pneus de sua F10 na Austrália. Porém, com o calor, ele não deve sofrer com o mesmo problema na pista da Malásia

Jenson Button foi o vencedor, Nick Heidfeld ficou em segundo e Timo Glock completou o pódio. Como os pilotos não chegaram a completar 75% da prova, pela quinta vez na história da categoria, somente metade dos pontos foram computados. Para tentar evitar uma nova corrida sob dilúvio, a F-1 resolveu antecipar a largada do GP deste ano em uma hora, para as 16h do horário local da Malásia. Mas a manobra não deve garantir uma corrida com pista seca. 

Kuala Lumpur tem latitude parecida com a de Manaus. O clima da cidade é quente e úmido, e é bem comum cair uma pancada de chuva no final da tarde. E, de acordo com o The Weather Channel, há 60% de chance de precipitação no domingo, com “trovoadas dispersas”. 

Caso isso aconteça, é grande a chance de a prova malaia ser tão agitada quanto a do último final de semana, na Austrália, com grande movimentação nos boxes e alternativas de estratégia. Vale lembrar que a chave para a vitória de Button em Albert Park foi uma parada antecipada para colocar pneus de pista seca, enquanto todos os outros usavam intermediários. 

O alto desgaste dos pneus gerado pelas altas temperaturas em Sepang também pode criar mais alternativas na corrida. As próprias equipes ainda estão se acostumando com os limites dos carros de 2010, o que possibilita uma variação das estratégias. Assim como foi visto em Melbourne, os pilotos poderão fazer uma ou duas paradas. Com pneus em estados de conservação muito distintos, a diferença de tempo de volta pode ser grande, como foi visto na Austrália, potencializando as chances de ultrapassagem.

CONFIRA A AGENDA DO GP DA MALÁSIA

Essa característica pode ajudar o brasileiro Felipe Massa, vice-líder do campeonato. O piloto da Ferrari teve dificuldade de encontrar a temperatura ideal dos pneus de seu F10 em Melbourne, e acabou sendo mais lento que o companheiro Fernando Alonso por quase todo o final de semana. Com o asfalto mais quente, o problema deve ser resolvido, e Massa terá mais chances de brigar pela vitória.

As altas temperaturas também fazem do GP da Malásia um dos mais exigentes fisicamente para os pilotos. “Acho que é uma das corridas mais difíceis na parte física, onde você tem quase 40 graus de temperatura, e uma umidade super alta”, disse Massa ao UOL Esporte. “É como correr com um Fórmula 1 dentro de uma sauna úmida”, ilustrou Lucas di Grassi.

Mas Sepang não depende só do clima para proporcionar ação na pista. “O circuito tem três curvas de baixa, sendo duas delas pontos ideais de ultrapassagem”, explica o australiano Mark Webber. O piloto da Red Bull se refere às curvas 1 e 15 (a última do traçado), que aparecem ao final das duas retas mais longas da pista.

Assim, até mesmo com pista seca, é possível que a corrida deste domingo comece tão agitada quanto a de Melbourne, com os pilotos tentando ganhar posições logo na primeira freada das 56 voltas do GP da Malásia de 2010.

Compartilhe:

    Placar UOL no iPhone

    Hospedagem: UOL Host