Nesta quarta-feira, o Autódromo José Carlos Pace, mais conhecido como Autódromo de Interlagos, completa 70 anos de história. O principal palco do automobilismo brasileiro foi inaugurado no dia 12 de maio de 1940, com um traçado de mais de 7 km de extensão. Atualmente, a pista paulistana tem 15 curvas e 4.309 metros.
Neste período, Interlagos recebeu as principais categorias do país, alguns dos pilotos mais importantes do mundo e se tornou uma das pistas mais interessantes do calendário da F-1. A pista paulistana, inclusive, foi o palco da decisão dos últimos cinco campeonatos mundiais da categoria.
Para relembrar um pouco do que aconteceu nesses 70 anos, o UOL Esporte escolheu sete momentos que marcaram a rica e extensa história do primeiro e mais importante circuito do Brasil.
1. Inauguração O autódromo foi inaugurado no dia 12 de maio de 1940, com o 3º Grande Prêmio Cidade de São Paulo e uma corrida de motos. Cerca de 15 mil pessoas prestigiaram a abertura do primeiro autódromo do país. A corrida foi vencida pelo piloto Arthur Nascimento Júnior, que completou as 25 voltas da prova com seu Alfa Romeo 3500cc em 1h46min44s. Chico Landi, de Maserati 3000cc, foi o segundo, e Geraldo Avellar, com um Alfa Romeo 2900cc, ficou em terceiro. | |
2. Primeira corrida oficial de F-1 Interlagos recebeu a F-1 pela primeira vez em 30 de março de 1972, em um evento extra-campeonato que serviu para credenciar o circuito a fazer parte do calendário oficial da categoria. O argentino Carlos Reutemann venceu a corrida. A primeira prova valendo pontos para o campeonato foi realizada em 11 de fevereiro de 1973 e, para delírio da torcida brasileira (foto), o vencedor foi Emerson Fittipaldi, seguido pelo escocês Jackie Stewart e pelo neozelandês Dennis Hulme. | |
3. José Carlos Pace Na temporada de 1975 da Fórmula 1, José Carlos Pace, o Moco, venceu o GP do Brasil fazendo uma dobradinha com Emerson Fittipaldi. Foi a única vitória da carreira do piloto na principal categoria do automobilismo. Pace morreu em um trágico acidente em um avião monomotor após decolar do Campo de Marte sob uma tempestade, no dia 18 de março de 1977. Em 1985, o circuito de Interlagos foi rebatizado como Autódromo Internacional José Carlos Pace, como forma de homenagem ao piloto. | |
4. Senna nos braços da galera Em 1993, Ayrton Senna conquistou sua 2ª vitória em casa. Sem conseguir se aproximar das Williams de Alain Prost e Damon Hill, o brasileiro contou com a ajuda da chuva torrencial que caiu em Interlagos. Prost rodou sozinho e acabou na brita. Senna, especialista na pista molhada, alcançou Hill e conseguiu a ultrapassagem para vencer. Após a bandeirada, a torcida invadiu a pista e impediu o piloto de passar pela reta oposta. Em uma das imagens mais emocionantes da história, Senna saiu do carro e comemorou cercado pelos fãs. | |
5. Felipe Massa por um triz Interlagos viu uma das decisões mais emocionantes da história da F-1 em 2008. Felipe Massa cruzou a linha de chegada como campeão mundial, mas nos segundos seguintes Lewis Hamilton ultrapassou Timo Glock, conseguiu o 5º lugar que precisava e levou o título com apenas um ponto de vantagem. A família de Massa já vibrava no box da Ferrari, mas ficou incrédula ao ver que o título não era mais realidade. Mesmo com o resultado frustrante, Massa, emocionado, agradeceu ao público ao subir no lugar mais alto do pódio. | |
6. Tragédias A tragédia mais recente foi o acidente fatal de Rafael Sperafico na Stock Car Light em 2007 (foto). O piloto escapou na curva do Café, bateu na proteção de pneus, voltou rodando para o meio da pista e foi atingido em cheio pelo carro de Renato Russo. Sperafico morreu na hora. Já nos 500 km de Interlagos de 1961, Jaime Guerra entrou nos boxes com o carro descontrolado após evitar uma batida e atingiu o mecânico Victor Losacco, que não resistiu aos ferimentos. Victor era avô de Giuliano Losacco, bicampeão da Stock. | |
7. Batida entre Berger e Andretti O acidente mais marcante da história de Interlagos na F-1 foi entre o norte-americano Michael Andretti e o austríaco Gerhard Berger na primeira curva do GP do Brasil de 1993. Ambos se tocaram e a McLaren de Andretti levantou voo de maneira impressionante ao usar a Ferrari de Berger como rampa. Os carros ficaram destruídos, mas os pilotos não tiveram ferimentos graves. Diz a lenda que o volante do carro de Berger foi parar na arquibancada e um torcedor teria ficado com a peça e a instalado em seu fusca. |
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