Não foi por acaso que o GP de Mônaco deste ano foi antecipado para o início de maio. Mais glamourosa etapa da F-1, a corrida de 2010 faz parte dos festejos pelos 60 anos da categoria, completados na quinta-feira.
Pouca coisa daquela F-1 que realizou a primeira etapa de um Mundial em 13 de maio de 1950, em Silverstone, ficou de herança para a categoria atualmente. Uma destas raridades foi justamente a corrida realizada nas ruas do principado, às margens do Mediterrâneo.
Em Mônaco, tudo é diferente. A começar pelo traçado, passando pelo pódio, que não é um pódio, até o paddock, que, pela falta de espaço, acaba obrigando, por exemplo, a equipe Red Bull a montar seu motorhome em um tipo de balsa que fica atracada no porto monegasco.
O calendário do fim de semana também é diferente em Montecarlo -a etapa é a única na qual a sexta-feira é dia de folga e sem carros na pista.
"É engraçado porque passamos o tempo todo pedindo por mais segurança, por circuitos em que haja a possibilidade de ultrapassar, e aí chegamos a Mônaco, não temos nada disso, corremos e nos divertimos do mesmo jeito", disse Michael Schumacher, que ao lado de Graham Hill é dono de cinco vitórias no principado, uma a menos que Ayrton Senna, maior vencedor nessa pista.
O heptacampeão é um dos cinco pilotos em atividade a já ter vencido a prova -os outros são Fernando Alonso (dois triunfos), Jarno Trulli, Jenson Button e Lewis Hamilton.
Segundo os pilotos, vencer em Montecarlo é, ao mesmo tempo, o maior desafio do ano e também a maior recompensa.
"O traçado tem características tão únicas, a gente anda tão perto dos muros... Só não digo que seja melhor do que ganhar um campeonato, mas é quase tão bom como isso", comparou Schumacher.
Para Rubens Barrichello, que neste final de semana compete pela 18ª vez nas ruas do principado, o GP de Mônaco costuma ser uma corrida ‘democrática'. "Uma das coisas legais de correr nesta pista é que ela dá chance para todas as equipes, mesmo aquelas que não estão no mesmo nível das grandes", afirmou o piloto da Williams, que disse poder tentar "algo a mais" no sábado.
Já tendo corrido no principado com um carro de GP2, Lucas di Grassi fez sua estreia nele no cockpit de um F-1. "Com certeza é uma pista muito mais difícil do que muita gente imagina, e é preciso medir muito o risco que se corre para não errar", disse o brasileiro da Virgin. "Aqui, se você errar 10 cm, acaba batendo. A chave é ser rápido e não errar", acrescentou.
Para Felipe Massa, pole position em 2008, o fundamental são os pequenos detalhes. "Nesta pista existem muitas curvas de baixa velocidade e é onde é mais fácil cometer erros. Por isso, neste circuito, o piloto realmente faz diferença".
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