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Robert Kubica sofre acidente no GP do Canadá de 2007; um ano depois, venceu sua 1ª

10/06/2010 - 07h00

Após um ano fora, F-1 volta ao Canadá, palco de GPs inusitados

Do UOL Esporte
Em São Paulo

O circuito Gilles Villeneuve, situado na cidade de Montréal, no Canadá, é um dos mais tradicionais da Fórmula 1, sediando etapas da categoria desde 1978, quando ainda se chamava Notre-Dame. Apesar disso, ficou fora do calendário em 2009, retornando só este ano a fazer parte do Mundial. E, pelas últimas corridas, é garantia de um GP emocionante, uma vez que as provas têm sido cheias de episódios inusitados.

Os carros disputam os primeiros treinos na sexta-feira  envolvidos em uma briga forte pela primeira colocação e às sombras do último GP, na Turquia. A etapa de Istambul foi marcada pelos duelos internos na Red Bull - com a batida entre o líder Webber e Vettel - e na McLaren, que venceu com Hamilton liderando a dobradinha.

Montréal ficou fora em 2009 pelo alto custo para levar a Fórmula 1 para lá, cruzando o Oceano Atlântico. Para esta temporada, o país conseguiu dar garantias de maior investimento, com US$ 70 milhões em dinheiro público, devolvendo a categoria para o circuito que homenageia o piloto da casa. Gilles Villeneuve morreu em um forte acidente na Bélgica, em 1982, e o circuito passou a ter seu nome.

A última prova em Montréal, em 2008, mostra a característica no mínimo “movimentada” dos GPs no Canadá. O vencedor foi Robert Kubica, no que foi sua única vitória até aqui, correndo com a BMW. Na ocasião, Felipe Massa foi o único representante das líderes Ferrari e McLaren entre os oito primeiros, com a sexta colocação.

PROGRAMAÇÃO DO CANADÁ

Sexta: Treino livre às 11h e 15h
Sábado: Treino livre às 11h e classificação às 14h
Domingo: Corrida às 13h
*Todos os treinos e a corrida têm acompanhamento do Placar UOL

A corrida foi marcada principalmente pela batida entre Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen, campeão da F-1 à época. Na saída dos boxes durante uma bandeira amarela, os pilotos tinham sinal vermelho. Hamilton não percebeu, encheu a traseira do finlandês e encerrou a corrida de ambos, que disputavam a liderança da competição - surpreendentemente o polonês é quem se tornou primeiro colocado.

Apesar de ser o vencedor, Kubica não tem apenas boas lembranças do Canadá. Antes do triunfo, ele se envolveu na batida mais perigosa de carreira, em 2007. O polonês bateu no muro próximo ao “hairpin” e o carro se despedaçou. A cápsula de sobrevivência salvou o piloto, que recebeu atendimento e teve apenas uma pequena lesão em um pé.

Na mesma prova, vencida por Lewis Hamilton, Felipe Massa também se deu mal e terminou desclassificado. Ele deixou os boxes no momento em que uma luz vermelha não permitia a saída e acabou recebendo a bandeira preta. O brasileiro nunca chegou ao pódio e tem como melhor posição um quarto lugar, quando ainda corria com a Sauber em 2005.

OS ÚLTIMOS VENCEDORES

ANO VENCEDOR MELHOR DO BR
2008 Kubica Massa (5º)
2007 Hamilton Barrichello (12º)
2006 Alonso Massa (5º)
2005 Räikkönen Barrichelllo (3º)
2004 M. Schumacher Barrichello (2º)

A imprevisibilidade do GP canadense é fruto também do desenho de seu circuito, a começar pelas primeiras curvas, em que os acidentes de largada são comuns. “As duas primeiras curvas são bem apertadas, então será interessante ver como passarão 24 carros. Se com dez equipes era complicado, com 12 será ainda pior”, analisa Bruno Senna.

O circuito de 4,3 km é um dos mais inusitados em seu formato, composto por um misto de retas longas e chicanes de baixa velocidade. Os muros muito próximos são um perigo para os pilotos, o que causa entradas do safety-car. A mais famosa comparação é a de uma mistura das características da velocidade de Monza com a técnica de Mônaco.

A maior exigência é dos freios, que são acionados em 16% do tempo, brecando em alguns momentos de 300 km/h a 120 km/h. Em Monza, por exemplo, eles ficam pressionados em 12% do tempo. O fato de não haver reabastecimento exige ainda mais do carro nesta temporada. Ainda assim, passar colado aos muros é necessário.

“Eles são grudados à saída das chicanes, especialmente a curva 4”, explica Kubica, último vencedor. “Se você consegue se aproximar milímetros, pode ganhar dois décimos que não teria se passasse a meio metro.”

MORDE E ASSOPRA

  • Mark Webber e Sebastian Vettel se envolveram em acidente no GP da Turquia. Depois de o alemão chamar o companheiro de maluco, eles fizeram as pazes. No entanto, testarão o clima interno da Red Bull neste fim se semana, na etapa de Montréal.

BRIGAS INTERNAS

Mark Webber e Sebastian Vettel tinham tudo para deixar a Red Bull em posição cômoda na liderança do Mundial, mas agora viraram centro das atenções por outro motivo. No GP da Turquia, eles se envolveram em acidente durante disputa de posição.

O alemão tentou a ultrapassagem sobre Webber, mas eles se chocaram. O australiano conseguiu se manter na pista e terminou em terceiro a etapa, mantendo a liderança na classificação. Já Vettel saiu do carro fazendo sinais de que Webber estava “doido”, caindo para quinto na tabela.

A dupla conseguiu amenizar o clima com declarações em que disseram “ser adultos”. Ainda assim, nenhum assumiu a culpa e só com os carros na pista será possível saber como ficou a situação entre eles. A dupla já confirmada como titular da Red Bull para 2011, após o anúncio da renovação de Webber.

Enquanto isso, a McLaren se aproxima. Jenson Button é o segundo no Mundial de pilotos, apenas três pontos atrás do australiano. Hamilton aparece quatro pontos atrás.

Quem corre atrás e conta com novos ajustes aerodinâmicos é a Ferrari. Massa luta para melhorar sua posição na tabela, já que é apenas o sétimo - o companheiro Fernando Alonso figura em quarto. Eles foram apenas sétimo e oitavo na Turquia, com o brasileiro à  frente do companheiro pela segunda vez seguida..

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