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Fred Dufour/AFP

Schumacher durante o GP de Mônaco; alemão teve pior resultado da carreira este ano

21/07/2010 - 07h00

Schumi volta à sua casa com marcas negativas e ofuscado pelo 'fã' Vettel

Maurício Dehò
Em São Paulo

Michael Schumacher conquistou sete títulos mundiais de Fórmula 1, tornando-se um dos maiores ídolos da história do esporte alemão. Em casa, nunca decepcionou: é o maior vencedor do GP da Alemanha, com quatro triunfos. Assim, 2010 tinha tudo para ser especial para o astro no circuito de Hockenheim, sede da etapa deste fim de semana, a 11ª do Mundial.

No entanto, o veterano de 41 anos traz consigo apenas recordes negativos e a imagem ofuscada por outro alemão, o jovem Sebastian Vettel, este sim na briga pelo título, junto a Mark Webber, Lewis Hamilton e Jenson Button.

Schumacher retornou à F-1 com esperanças de disputar uma oitava taça, correndo pela Mercedes GP, que conquistou o título de 2009 com Jenson Button, ainda como Brawn GP. Etapa a etapa, no entanto, o alemão não teve nenhuma vitória, pole, volta mais rápida ou pódio. E ainda teve de amargar sua pior posição na carreira.

Na nona etapa, em Valência, ele foi apenas o 15º colocado, seu pior resultado em 259 largadas em GPs - levando em conta apenas as corridas que ele conseguiu finalizar. E ele só não foi 16º porque Vitantonio Liuzzi foi punido na prova.

Para tentar a redenção em Hockenheim, Schumacher terá de provar seu valor em casa. Ele venceu a prova em 1995, ano de seu segundo título, e também em 2002, 2004 e 2006. Nenhum piloto do atual grid venceu mais de uma vez, a não ser o alemão.

VETTEL: 'PODE REVERTER'

As coisas mudaram muito em relação ao que ele estava acostumado. Se alguém pode reverter este quadro, esse é alguém é Michael. Quando olho para ele, não vejo pânico

SEBASTIAN VETTEL, sobre a fase de Michael Schumacher em seu retorno

“Uma coisa é certa, não importa há quanto tempo você está correndo por aí, é sempre especial disputar um GP em casa, na frente de sua torcida. Em Hockenheim, tentarei meu melhor para os fãs que tem me dado apoio”, afirmou o heptacampeão, ao site da F-1. “Há poucos lugares comparáveis a este para correr e o piloto sente esta energia.”

Além de correr na frente da torcida, ele estará também na frente dos patrões, uma vez que a Mercedes é de origem alemã. “Será meu primeiro GP da Alemanha pelo time e estou ansioso pela experiência. Vou guiar diante de todos os funcionários, membros e amigos da Mercedes, o que vai dar uma motivação extra”, acrescentou.

A escuderia contará com um pacote de evoluções para a prova, na expectativa de que ele consiga dar uma força a mais para os pilotos brigarem por posições. Schumi vem de um nono lugar em Silverstone.

Schumacher tem como melhores resultados da temporada dois quarto lugares, na Espanha e na Turquia, ocupando a nona colocação no Mundial. É muito pouco comparado ao companheiro Nico Rosberg, também alemão, sexto na tabela, com três terceiros lugares. No duelo interno, Schumacher só levou a melhor em duas corridas.

ÍDOLO SCHUMI x FÃ VETTEL

Estatística
SCHUMACHER
(2010/carreira)
S. VETTEL
(2010/carreira)
VITÓRIAS
0/91
2/7
PÓDIOS
0/154
4/13
POLES
0/68
5/10
PONTOS
36/1.405
121/246
VOLTA RÁPIDA
0/76
1/4

ALEMÃO DA VEZ É FÃ ANTIGO

Não é só com o carro e com Rosberg que Schumacher tem de brigar para dar a volta por cima e espantar o ceticismo quanto ao seu retorno. Sebastian Vettel é o alemão que está dando o que falar na temporada, e deve se manter nas manchetes, ao contrário do veterano.

O piloto da Red Bull, de apenas 23 anos, fará sua terceira corrida em casa, sendo que em 2008 foi oitavo colocado e na última temporada subiu ao pódio, em segundo, numa dobradinha com Webber. Apesar de ser quarto no Mundial, ele é o melhor em pole positions, com cinco, uma a mais que Webber, e quer se recuperar do sétimo lugar na Inglaterra.

Vettel já falou diversas vezes em tom de elogio a Schumacher e admitiu inclusive que tinha fotos dele em seu quarto. Ao falar do ídolo, o jovem piloto se rende ao talento do compatriota e diz acreditar em um melhor desempenho.

“É longe de ser fácil retornar após três anos. Os carros mudaram, assim como os pneus. Muitas coisas não estão como ele era acostumado”, explicou Vettel, ao Der Spiegel, mostrando confiança. “Se alguém pode reverter isso é o Michael. Quando olho para ele, não vejo pânico.”

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