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Kobayashi vira sensação da F-1 e arma de marketing na Sauber

Kobayashi salta chicane em Cingapura; estilo agressivo do japonês cativou o público -  EFE/Diego Azubel
Kobayashi salta chicane em Cingapura; estilo agressivo do japonês cativou o público Imagem: EFE/Diego Azubel

Do UOL Esporte*

Em São Paulo

12/10/2010 07h00

Kamui Kobayashi já revelou que pensou em vender sushi, pinta o cabelo e tem medo que o mundo acabe em 2012. Dentro das pistas, o japonês também é franco. Seu objetivo é ser agressivo e ganhar posições. Essa postura ficou evidente no GP do Japão, em que o piloto da Sauber mostrou à sua torcida que pode ser protagonista mesmo longe das primeiras posições.

O 2º MELHOR JAPONÊS

Getty Images

Kamui Kobayashi já somou 30 pontos em 18 corridas disputadas na Fórmula 1. nunca um japonês teve um aproveitamento tão bom.

Mas Takuma Sato ainda é o melhor piloto que o país já teve. Ele tem 44 pontos em 90 corridas disputadas entre 2002 e 2008.

Vale lembrar que, na época em que Sato corria, o sistema de classificação era diferente e as corridas contavam menos pontos.

Kobayashi terminou a prova de Suzuka em sétimo lugar, mas foi a principal atração de uma corrida sem muitas alternativas, que teve uma vitória tranquila de Sebastian Vettel. O japonês conseguiu pelo menos cinco ultrapassagens com manobras ousadas. Sua maior vítima foi Jaime Alguersuari, mas sobrou também para Rubens Barrichello, Adrian Sutil e seu companheiro de Sauber, Nick Heidfeld.

Depois de virar herói por conta de seu estilo kamikaze em Suzuka, Kobayashi virou esperança da Sauber para atrair mais investidores no país através do interesse despertado no público japonês.

“É uma situação ideal frente ao mercado japonês. Entendemos as dificuldades econômicas, mas esperamos que essa performance motive os japoneses a apoiá-lo”, admitiu Monisha Kaltenborn, diretora da Sauber.

“Acho que ele fez um grande trabalho, porque houve muita pressão do público, e pudemos ver o quanto ele chamou a atenção da mídia. É isso o que se espera de um piloto correndo em seu país”, completou a dirigente.

No GP do Japão do ano passado, Kobayashi era reserva da Toyota, equipe japonesa que saiu da categoria. Ele estreou no GP do Brasil para substituir Timo Glock, e já chamou a atenção com um nono o lugar.

Antes daquela corrida, porém, ele não sabia se continuaria no automobilismo. “Eu provavelmente retornaria ao Japão e trabalharia com meu pai, em seu restaurante de sushi. Pensei seriamente nisso”, afirmou Kobayashi na época.

HÁBITOS DE KOBAYASHI

Tenho quatro tatuagens. Elas não têm um significado profundo, só gostei do desenho. Sou curioso, sempre gostei de coisas novas

Nós japoneses temos cabelos muito pretos, então tingir com tons mais leves é algo normal no Japão

Mas o japonês de 24 anos já revelou que não gosta de peixe cru. Por isso, ele chegou a pensar em ser comediante. “Mas eu não era talentoso suficiente. Meus pais não gostavam de automobilismo. Até hoje eles não têm carro. Eu mesmo comprei um duas vezes, mas meu pai vendeu os dois”, lembrou Kobayashi.

Embora não se ache engraçado para ser comediante, o piloto não esconde sua irreverência. Ele tem quatro tatuagens, admite que gosta de tingir o cabelo “sempre” e tem um cachorro chamado Albert. Reconhece que não gosta de ler livros e que seu encontro ideal seria com ele próprio, “de férias, sem telefone e internet”.

A maior curiosidade, no entanto, é o principal medo de Kobayashi. “2012. De acordo com o calendário maia, alguma coisa dramática vai acontecer no nosso planeta”, profetizou.

Caso o mundo não acabe, o japonês terá grandes chances de estar em uma equipe melhor daqui a dois anos. Na temporada de 2011, ele já confirmou que fará mais um campeonato pela Sauber.

*Com agências internacionais

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