Villeneuve critica politicagem da Fórmula 1 e "pistas estúpidas" da Indy

Se havia alguma possibilidade de Jacques Villeneuve retornar à Fórmula 1, o canadense deixou claro que não se sente tão atraído por ela. Nesta quinta-feira, em entrevista coletiva concedida no Autódromo de Interlagos, o piloto criticou o momento vivido hoje pela categoria.

Villeneuve se prepara para a disputa da Corrida do Milhão, no domingo, no circuito paulista. Enquanto se adapta ao carro da Stock Car, o piloto voltou a mostrar seu lado polêmico ao comentar sobre o que pensa da Fórmula 1. Questionado sobre a chance de voltar a correr regularmente em uma categoria, ele não titubeou.

“Eu voltaria, desde que fosse em uma categoria com uma disputa pura. Abandonei o meio da Fórmula 1 por conta das questões políticas. Voltar a pilotar em uma categoria dominada por construtores não seria do meu interesse”, disparou Villeneuve, campeão mundial de F-1 em 1997.

Outro sinal de seu descontentamento com os rumos tomados pela Fórmula 1 foi dado ao compará-la com a Nascar, categoria na qual também pilotou. “Na Nascar, não há farta distribuição de punições como na Fórmula 1. Talvez o problema da falta de ultrapassagens tenha feito a Fórmula 1 tomar este caminho das punições em excesso. Sempre vi um piloto como um gladiador, que entra na pista, como se fosse em uma arena. Gosto mais da Nascar. Se alguém faz alguma coisa que não deve, você pode jogá-lo no muro na volta seguinte”, brincou.

Villeneuve demonstrou preferir outros tempos da Fórmula 1. “Antes, a categoria era mais perigosa, mas havia mais respeito entre os pilotos”, comentou, ao comparar a época na qual corria com a atual.

O canadense também revelou em quem aposta como provável campeão da F-1 nesta temporada. “Você nunca pode saber. Sebastian Vettel pode sofrer um acidente, quebrar a perna, mas provavelmente ele ficará com o título se não acontecer nada de anormal”, destacou.

Se a Fórmula 1 foi alvo de críticas, a Fórmula Indy também foi vítima da “metralhadora” de Villeneuve. O canadense se destacou na categoria, pela qual foi campeão em 1995 e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis no mesmo ano.

“A princípio, eu não aceitaria voltar a correr na Indy. A categoria não está tão bem assim e meio que morreu no fim da década de 90. Ela tem pouca visibilidade nos Estados Unidos e é pouco acompanhada”, analisou.

Nem mesmo o prêmio elevado oferecido ao vencedor do GP da Las Vegas (US$ 5 milhões) o motiva a voltar à Indy. “Não correria se não tivesse um bom carro. Não é esse motivo [a premiação] que me faz correr. A Indy tem algumas pistas estúpidas. Nela, há pilotos que querem ser rápidos, mas não tem qualidade. Isso é muito perigoso quando se está a muitos quilômetros por hora”, completou.