Bruno Senna diz que Alonso merece mais o título do que Vettel: 'aproveitou melhor o carro'

Aos 29 anos, Bruno Senna completa neste final de semana a sua primeira temporada inteira em uma equipe competitiva de Fórmula 1. O palco é o GP do Brasil, em Interlagos. O piloto da Williams admite que o campeonato não foi como gostaria, mas diz saber exatamente qual foi o motivo. Na última corrida, só pensa em impressionar a torcida para tentar assegurar mais um ano, mas não consegue fugir do assunto principal: a decisão do campeonato entre Sebastian Vettel e Fernando Alonso. Ele já tem o seu favorito. 

"Acho que como o Alonso tratou o campeonato dele, desde o começo vencendo corridas mesmo a Ferrari não sendo a mais competitiva, ele tem na minha opinião algo a mais no quesito de aproveitar o carro. Claro que nunca desmerecendo o Vettel, mas quando o carro estava dando problema, não estava tão competitivo, ele não estava indo tão bem quanto o Alonso, e quando o carro voltou para a frente ele ganhou várias corridas. Isso fez toda a diferença", avaliou Bruno.

Vettel é o líder do campeonato com 13 pontos de vantagem para Alonso, e precisa apenas de um quarto lugar em Interlagos para assegurar o título. Bruno está bem atrás, em 16º na classificação, com um sexto lugar como melhor resultado. Sua avaliação da temporada não deixa de ser positiva, mas o futuro ainda é incerto. O finlandês Valtteri Bottas, terceiro piloto da Williams, pode abocanhar a sua vaga na equipe.

"Estão negociando, a Fórmula 1 é cheia de curvas e dificuldades. Tive bastante conversas, mas não tem nada definido. A gente espera definir meu futuro depois do GP do Brasil, então vamos correr atras do prejuízo aí com certeza. O importante é ter um carro competitivo para o ano que vem", comentou o brasileiro, que se defendeu das críticas ao seu desempenho nos treinos de classificação e explicou por que a temporada não foi do jeito que ele gostaria. 

"É fácil concluir que o problema foi a classificação, mas é importante lembrar que eu perdi quase todos os treinos de sexta de manhã, e todo mundo teve isso. Então eu preferiria ser julgado tendo o campeonato completo com todos os treinos. Mas a situação que eu tive foi diferente, e com certeza o que me segurou para marcar muito mais pontos foi eu não estar largando no lugar certo, ou inclusive me meter em confusão", rebateu Bruno, que assinou no contrato uma cláusula que cede o primeiro treino livre de casa corrida ao piloto reserva Valtteri Bottas. 

Segundo o piloto, a sessão livre da sexta de manhã faz muita diferença no acerto do carro em relação a cada circuito. "Em Barcelona foi uma das grande decepções, porque o carro estava competitivo, mas não consegui o acerto e acabei ficando lá para trás. E depois na corrida me meti em uma confusão", lamentou Bruno, referindo-se à prova vencida pelo seu companheiro Pastor Maldonado. 

Tudo isso, no entanto, fez parte do aprendizado da primeira temporada do piloto em uma equipe capaz de somar pontos, ao contrário da Hispania, carro em que ele fez a sua estreia na Fórmula 1 em 2010. "Chego agora muito mais confiante com o que eu consigo tirar do carro, e com certeza olhando para o ano seguinte eu teria muito mais confiança de que, com um carro competitivo, dá para entregar resultados muito mais consistentes. Mas é claro que preciso dos treinos e todas as condições junto com os outros, porque competir com os braços amarrados nas costas não ajuda ninguém", reclamou.

Para conseguir um contrato melhor, ou mesmo apenas assegurar sua permanência, Bruno aposta em um bom final de temporada em Interlagos. "Estou animado para correr no Brasil, com certeza no passado cheguei muito mais despreparado aqui por estar correndo na Hispania, e este ano estou muito experiente e com mais bagagem. Temos marcado pontos nas últimas corridas, e terminar o campeonato em uma boa posição é terminar o ano em alta".