Pilotos repercutem contratos de Senna e Piquet e entregam cláusulas excêntricas
Na última semana, a revelação de detalhes dos contratos dos brasileiros Ayrton Senna e Nelson Piquet com a Lotus nos anos 80 chamou atenção para uma minúcia de exigências. Eram anos em que a Fórmula 1 começava a tratar, sem constrangimentos éticos, de preferência a pilotos dentro das equipes. Nos acordos, os ídolos também se comprometiam com demandas das mais diversas, de restrições na vida pessoal a especificações fiscais.
A reportagem do UOL Esporte ouviu nomes de destaque do automobilismo nacional, do presente e do passado, para colher experiências com este tipo de cláusulas contratuais [veja vídeo abaixo].
As relações formais dos tricampeões brasileiros com a Lotus foram reveladas pelo blog do jornalista Fábio Seixas, na versão online da Folha de S. Paulo (leia detalhes sobre o contrato de Senna e novidades sobre o de Piquet).
PILOTOS FALAM SOBRE CLÁUSULAS CURIOSAS EM CONTRATOS DA F-1
Pentacampeão da Stock Car, Cacá Bueno afirma que não aceitaria ser segundo piloto. O representante da equipe Red Bull Racing ainda revela que em um contrato do passado chegou a ser proibido de jogar vôlei, em razão de uma lesão no joelho. O especialista em categorias turismo ainda diz que a revelação de detalhes apimenta a clássica rivalidade entre os torcedores de Senna com os fãs de Piquet.
Por sua vez, Emerson Fittipaldi diz não ter enfrentado a era das cláusulas excêntricas na Fórmula 1, em tempos de teórica igualdade entre companheiros de escuderia. O bicampeão mundial lembra que virou número 1 da Lotus em 1970 somente após a tragédia da morte do austríaco Jochen Rindt. "Não foi uma exigência minha, veio pelo destino", conta.
"Ainda bem que eu peguei a época que não tinha nada disso", acrescenta o bicampeão mundial da F-1.
Hoje no Mundial de Endurance, na categoria GTE Pro, Bruno Senna vê as exigências com naturalidade e diz que na época da Fórmula 1 foi proibido de esquiar.
BRASILEIROS NA LOTUS: STATUS DE 1º PILOTO E PARAÍSO FISCAL
Senna correu pela Lotus de 1985 a 1987. No contrato revelado, do último destes anos, conseguiu da equipe o compromisso formal de preferência em relação ao companheiro Satoru Nakajima: "será o de número 1, com todas as prioridades na alocação de equipamentos, se houver necessidade".
Como seu sobrinho, Ayrton também foi impedido de praticar esportes radicais, como esqui e asa-delta. O tricampeão ainda recebia através de uma empresa com sede em Nassau, nas Bahamas.
Piquet substituiu o compatriota na Lotus, correndo pela escuderia nas temporadas 1988 e 1989. O tricampeão também contava com preferência de tratamento em relação a Nakajima. Por força de contrato, o japonês só poderia ultrapassar o brasileiro se recebesse um "sinal claro" e era obrigado a ceder posição caso estivesse à frente.
Os contratos históricos de Senna e Piquet estão disponíveis na internet, no site da Legacy Tobacco Documents Library, em compilação online sobre a indústria de cigarro mantido pela Universidade da Califórnia [a F-1 teve relação estreita com os gigantes do tabaco nos anos 80, como no enlace entre Lotus e Camel].
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