Topo

Fórmula 1

Ex-piloto da F1 se divide entre Stock Car e trabalho em rede de mercados

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

24/03/2014 06h00

Quem acompanha a Fórmula 1 conhece bem o nome de Ricardo Zonta, que correu na categoria em cinco Mundiais entre 1999 e 2005. Quase dez anos desde sua saída, o paranaense ainda assume o volante para acelerar forte e este ano encara sua 8ª temporada na Stock Car. Mas não é só como piloto que ele tem ganhado a vida. Longe da F1, Zonta engatou uma carreira de administrador em duas frentes: é dono de sua equipe na Stock e, na maior parte do tempo, trabalha em uma rede de supermercados em Curitiba.

Herança de família, o caminho dos negócios sempre esteve traçado para o piloto, bastava ele ter tempo para o assumir, o que não podia ser feito concomitantemente com a Fórmula 1. Isso porque seu pai é presidente da rede Condor, que hoje tem 36 supermercados no estado do Paraná. Quando recebeu o convite, em 2007, Zonta sabia que não podia deixá-lo na mão e assumiu o desafio de começar do zero em uma nova área.

“Nossa família tem uma empresa de mercados e, conversando com eles, eles me falaram o quão importante seria eu participar da administração, estar junto no dia a dia”, explicou o paranaense, hoje com 37 anos.

Acostumado a um trabalho muito mais radical e aventureiro, Zonta conta que também encontrou prazer dentro do escritório. Hoje ele é vice-presidente da rede de supermercados que nasceu em 1974 com apenas cinco funcionários, e é liderada pelo seu pai, Pedro Joanir Zonta.

“Não digo que tenho experiência total, ainda estou correndo atrás. Passei a aprender no dia a dia a função e sempre tive pessoas que me ajudaram muito. No dia a dia eu participo da área comercial da empresa e tenho responsabilidades diárias. Participo de todas as reuniões e decisões de planejamento e quando meu pai tira férias a responsabilidade maior fica comigo”, detalhou o piloto.

Mesmo com uma rotina tão diferente dos fins de semana de corrida, Zonta conta que não teve grandes surpresas e sempre esperou seguir os passos do pai.

“Já tinha imaginado trabalhar no supermercado, já que é uma empresa familiar. Quando me convidaram, aquilo me isso incentivou bastante. E não dá para depender só de automobilismo. Mesmo tendo uma equipe, é preciso pensar na família e trabalhar numa empresa que meu pai começou é uma forma de retribuir por tudo”, disse Zonta.

$escape.getH()uolbr_geraModulos($escape.getQ()embed-numeros$escape.getQ(),$escape.getQ()/2014/ricardo-zonta-1395656302082.vm$escape.getQ())

Homem de negócios parte 2: o dono de equipe

Além de mexer com a rede de supermercados, outra preocupação de Zonta é com sua equipe na Stock Car, a RZ Motorsport. E isso, ele admite, gera um pouco de desvantagem em relação aos concorrentes que encontra no aslfato. Neste fim de semana, sua estreia da temporada em Interlagos teve como resultado um 11º lugar

Mesmo tendo um time de profissionais bem estruturado, Zonta ainda é responsável por negociações com patrocinadores e pilotos. Enquanto muitos pilotos só viajam para correr e pensam apenas em treino e prova, ele tem de ficar de olho se todas as engrenagens estão funcionando da maneira correta no paddock.

“Em termos de pilotagem é uma desvantagem. Você se preocupa muito com os detalhes. Em vários durante fins de semana de corrida já tive de cuidar de outras coisas e prejudica, sim. Mas hoje a equipe está estabilizada e dá para tirar um pouco desse peso que ficava sobre mim no fim de semana”, afirmou Zonta.

O veterano estrou na Stock Car em 2007 e um ano depois comprou-a. Desde então, o time cresceu e até teve uma parceria com o Corinthians, correndo pelo clube paulista.

Zonta começa esta temporada embalado pela vitória na Corrida do Milhão, no fim de 2013. “Essa vitória deu ânimo para investimentos e otimismo para o pessoal da equipe. Este ano tem pneu e câmbio novos, mudou bastante coisa na Stock, então vamos ver como as coisas vão se adaptar”, explicou o paranaense.

“Também haverá duas baterias no fim de semana e é uma categoria em que se bate muito, então isso mexe com peças de reposição e também faz diferença. Mas é bom para o público. A largada é o momento preferido da galera e agora eles terão duas vezes a emoção de assistir”, concluiu Ricardo Zonta.

Pai de Zonta: do matadouro à rede de supermercados

$escape.getH()uolbr_geraModulos($escape.getQ()embed-foto$escape.getQ(),$escape.getQ()/2014/pedro-joanir-zonta-1395656615338.vm$escape.getQ())

Fórmula 1