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Fórmula 1

Tetracampeão Vettel fica para trás, de novo, e mostra irritação no Bahrein

Livio Oricchio

Do UOL, em Sakhir (Bahrein)

05/04/2014 16h38

Logo depois de deixar o carro, no fim da segunda parte do treino de classificação do GP de Bahrein de Fórmula 1, o chamado Q2, Sebastian Vettel, da Red Bull, revelou meio sem desejar toda sua frustração por sequer chegar ao Q3, onde os dez mais rápidos vão disputar a pole position.

O alemão tetracampeão do mundo ficou em 11º - larga em décimo por causa da punição a Daniel Ricciardo. Como explicar ficar de fora do Q3? "Não fomos rápidos o suficiente", respondeu, seco, não olhando para a face dos jornalistas. ‘Simples assim?’, questionou a imprensa. "Exatamente". O alemão de 26 anos se pudesse não estaria ali, sendo sabatinado por qual razão ele, que ganhava tudo, de repente se vê longe até dos dez mais rápidos. 

É provável que o fato de o companheiro de Red Bull, o novato e surpreendente australiano Daniel Ricciardo, ter passado para o Q3 o tivesse incomodando. Na abertura do Mundial, na Austrália, Ricciardo já havia sido segundo no grid enquanto Vettel, somente o 12º. Duas vezes em três corridas talvez fosse muito para compreender ali na hora.

"Eu estava contente, ontem (depois dos treinos livres), mas hoje enfrentei alguns problemas no carro. E o fato de ter saído da pista (no terceiro treino livre, hoje de manhã) também não ajudou, parece que o danificou", disse Vettel. Deu tudo o que podia para passar no Q2, sua agressividade ao volante foi clara. "Lutei duramente com Kimi (Raikkonen, da Ferrari), mas perdi."

O tema definição do grid ficou para trás por iniciativa do piloto. "O importante, agora, é que tenho um jogo de pneus novos para usar na corrida e posso atacar a fim de conquistar bons pontos", comentou.

"Sei, no entanto, que não será fácil ultrapassar. Nosso ritmo em uma volta lançada já não é ruim, mas na corrida temos muito ainda o que crescer." É um crítico aberto da falta de potência do motor Renault da Red Bull em relação ao Mercedes da própria Mercedes, Williams, McLaren e Force India.

Na primeira prova, em Melbourne, Vettel abandonou com pane na unidade motriz, o nome do motor associado ao complexo sistema de recuperação de energia. E na Malásia, há uma semana, Vettel já chegou ao pódio, em terceiro. 

Tem 15 pontos, sétimo colocado, diante de 43 do líder do campeonato, Nico Rosberg, da Mercedes. É uma situação nova para o brilhante piloto da Red Bull e que, pela forma como tem reagido, sugere estar trabalhando dentro de si essa dura realidade. Ele venceu os quatro últimos mundiais.

Não bastasse, Helmut Marko, o poderoso consultor da Red Bull, quem essencialmente decide as contratações e as dispensas de piloto, pelo visto até agora escolheu um jovem, Ricciardo, que pode crescer bastante na F1, a ponto de já começar a incomodar Vettel. 

Mas no circuito de Sakhir, amanhã, o alemão vai largar em décimo porque Ricciardo, terceiro melhor no Q3, só começa o GP de Bahrein em 13º por ter sido punido com a perda de dez colocações no grid. No circuito de Sepang, domingo, a Red Bull o liberou sem prender uma roda, no pit stop, gerando a punição.

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