A morte de Ayrton Senna completa vinte anos e desde então o Brasil não tem um campeão mundial de Fórmula 1, mas, se o piloto ainda estivesse vivo, o torcedor brasileiro provavelmente ainda estaria torcendo pelo tricampeão, só que fora dos cockpits. Pelo menos essa é a ideia de Viviane Senna, que acredita que o irmão teria seguido a carreira no automobilismo como chefe de equipe.
Mas antes de igualar pilotos como Jackie Stewart e Niki Lauda, que comandaram times após terem conquistado três títulos na categoria como pilotos, uma outra escuderia deveria contar no currículo de Senna: a Ferrari.
"Ele sempre me disse que gostaria de correr pela Ferrari. Acho que ele gostaria de ter feito isso antes de uma aposentadoria. De qualquer maneira, ele estaria envolvido com corridas, provavelmente dentro de uma equipe ou como um homem de negócios", revelou Viviane em entrevista à agência Reuters.
Viviane ainda comparou os períodos da Fórmula 1 desde o acidente que matou seu irmão e maior ídolo nacional do automobilismo.
"O papel do carro é ainda maior hoje em dia do que quando o Ayrton pilotava. Os pilotos faziam uma diferença muito maior naquele tempo. Toda corrida era um show, sempre alguma coisa eletrizante acontecia. Era um esporte emocionante e hoje isso se perdeu", comentou.
Hoje, apenas com Felipe Massa como piloto brasileiro titular de uma equipe e com a temporada de Fórmula 1 se encaminhando para mais um ano sem troféus para o Brasil, Viviane não acredita que o país esteja com uma carência de talentos na modalidade.
"Eu acho que o Brasil tem um potencial muito maior que vinte anos atrás, temos muito talento aqui, como o Ayrton tinha, mas talento e potencial precisam de disciplina, persistência e oportunidades", concluiu.
Após a morte de Senna, Viviane criou o Instituto Ayrton Senna, que funciona como uma instituição não-governamental que visa levantar fundos para ações educacionais a crianças carentes.
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