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Fórmula 1

O foco de Rosberg não é a liderança do campeonato agora

Livio Oricchio

Do UOL, em Mônaco

21/05/2014 14h54

O personagem central do GP de Mônaco, antes mesmo do início dos treinos, amanhã, não é Lewis Hamilton, vencedor das últimas quatro etapas e líder do Mundial, mas o seu companheiro de Mercedes, Nico Rosberg. 

Na última prova, na Espanha, dia 11, o alemão perdeu o primeiro lugar na classificação do campeonato para Hamilton, por ter sido segundo colocado pela quarta vez seguida. Mas se há um GP em que ele pode ser mais eficiente que Hamilton, reassumir a liderança da temporada e lançar sobre as próximas provas perspectiva de novas emoções é o de Mônaco. 
 
"Amo correr aqui. É o lugar onde mais morei na minha vida. E a pista é fascinante", disse Rosberg. A perda da liderança não é motivo de preocupação para o filho do finlandês Keke Rosberg, campeão do mundo de 1982, com Williams. Já na etapa de Barcelona comentou com o UOL Esporte que para se manter na luta pelo título com Hamilton basta permanecer perto na classificação até o fim. 
 
"Não estou preocupado com isso (perda do primeiro lugar)", respondeu Rosberg em Mônaco na entrevista da FIA, nesta quarta-feira. "Claro, preferiria estar na frente dele, mas estamos muito próximos e há um longo caminho pela frente." Hamilton somou depois de cinco etapas 100 pontos enquanto Rosberg, 97. O terceiro colocado, Fernando Alonso, da Ferrari, está distante, com 49 pontos. 
 
Nunca é demais ressaltar o que Niki Lauda, diretor da Mercedes, lembrou ao UOL Esporte na China: "Na última etapa (19.ª, o GP de Abu Dabi, dia 23 de novembro), a pontuação será dobrada". 
 
Rosberg comentou: "Meu foco está centrado neste fim de semana. E estou ansioso porque sei que disponho de um carro fantástico e espero que seja realmente veloz aqui em Mônaco". Ele imagina, como todos, que a diferença imposta aos concorrentes será menor nas ruas do Principado. "Temos de esperar para ver se de fato seremos os mais rápidos aqui." 
 
Alemão costuma se dar bem na prova
 
O retrospecto de Rosberg no seu GP preferido é muito bom, considerando-se que nunca pilotou um carro, até o ano passado, que o permitisse disputar as vitórias na F1 com regularidade. Em 2013, por exemplo, apesar das limitações do modelo da Mercedes, pois era o que desgastava os pneus mais rapidamente, esse alemão de 28 anos largou na pole position e dominou as desgastantes 78 voltas da corrida, com Sebastian Vettel, da Red Bull, com um carro mais veloz, sempre muito próximo.
 
Em 2012, com Mercedes, Rosberg também saiu na primeira fila, em segundo, e terminou na segunda colocação na prova vencida por Mark Webber, da Red Bull.
 
Depois de ser o segundo colocado para Hamilton no Circuito da Catalunha, dia 11, tendo recebido a bandeirada 636 milésimos de segundo depois, disse: "Eu realmente não gosto de perder a disputa para ele (Hamilton estava ao seu lado na entrevista)." E hoje em Mônaco desconversou sobre uma eventual rota de colisão com o inglês, com quem compartilhou já uma equipe na época do kart. Hamilton teria dito que deveria estar dominando-o mais.
 
"Eu não sei o que ele falou, portanto não vou... eu não ouvi isso. Em geral tem sido uma batalha dura até agora e espero que continue dessa forma. Ele conseguiu vitórias seguidas, mas preciso de muito pouco para reverter o quadro. E vou começar tentar mudar isso aqui em Mônaco", afirmou Rosberg.
 
Companheiros no kart
 
Os dois pilotos da Mercedes se conhecem há muito tempo. Têm praticamente a mesma idade. Ambos nasceram em 1985. Hamilton é de 7 de janeiro e Rosberg de 27 de junho. Em 2000, então com 15 anos, ambos faziam parte do programa de formação de jovens talentos da Mercedes e da McLaren. As duas empresas criaram uma equipe de kart, chamada MBM, de Mercedes-Benz-McLaren. 
 
Quando Rosberg comentou em Barcelona que não gostava de perder a disputa para o adversário, não necessariamente amigo, embora a relação seja até agora amistosa, revelou um sentimento que poder remontar ao período do kart. A verdade é que Hamilton venceu a competição entre ambos, com o mesmo equipamento. Tornou-se campeão europeu da Fórmula A e Super A.
 
Agora na F1, e de novo com o mesmo carro, Rosberg não quer saber de ficar atrás. No ano passado, o primeiro de ambos na Mercedes, Hamilton venceu o duelo: terminou o Mundial em quarto, com 189 pontos, enquanto Rosberg ficou em sexto, com 171.  Mas o alemão venceu dois GPs, Mônaco e Grã-Bretanha, e o inglês, um, Hungria. 
 
Com um carro que pode lhe dar o título, este ano, Rosberg fará de tudo para na disputa que mais importa, a da F1, termine na frente do companheiro e eterno adversário. A começar pelo GP de Mônaco. O primeiro treino livre começa amanhã, às 5 horas, horário de Brasília.

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