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Fórmula 1

Red Bull e Ferrari tentam, no Canadá, nova onda de ataque contra a Mercedes

Livio Oricchio

Do UOL, em Montréal

05/06/2014 12h58

Normalmente, o privilégio é do GP da Espanha, o primeiro na Europa: as equipes introduzem nos seus carros novos componentes, estudados a partir do que as etapas anteriores do campeonato ensinaram. E este ano não foi diferente. Na prova de Barcelona, dia 11 de maio, Mercedes, Red Bull, Ferrari, McLaren, dentre outras, apresentaram importantes novidades.

Mas no GP do Canadá, cujos treinos livres começam amanhã, a profundidade das mudanças nos carros é muito maior. Nesta quinta-feira os mecânicos da Red Bull entraram no Circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, transportando enormes caixas. São peças novas do conjunto aerodinâmico. O modelo RB10 foi de novo revisto.

A Ferrari já anunciou que Fernando Alonso e Kimi Raikkonen vão estrear a versão B do modelo F14T e a Renault, através de seu diretor técnico, Rob White, que a versão da unidade motriz que Red Bull, Toro Rosso, Lotus e Caterham vão passar a dispor, a partir do fim de semana, lhes permitirá "grande salto no desempenho".

A corrida no Circuito da Catalunha, na Espanha, responderia uma questão, essencialmente: o domínio da Mercedes continuaria sendo arrasador ou, talvez, em uma ou outra prova Red Bull e Ferrari, os times menos distantes dos alemães, poderiam sonhar, ainda, com uma vitória.

Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo, da Red Bull, Fernando Alonso e Kimi Raikkonen, Ferrari, saíram de Barcelona cabisbaixos. Suas equipes não apenas não se aproximaram da Mercedes como Lewis Hamilton e Nico Rosberg passaram a contar com um carro ainda mais veloz e constante. No jargão das competições, a Mercedes engoliu a Red Bull e a Ferrari.

As duas escuderias, no entanto, articularam uma segunda onda de ataque. E o cenário escolhido é o do fim de semana, em Montreal. A direção da Red Bull, no entanto, está consciente de que não será nos 4.361 metros do traçado canadense que o novo pacote vá melhor se expressar. As duas longas seções de aceleração plena da pista são muito favoráveis a quem compete com a unidade motriz da Mercedes. As outras escuderias são Williams, McLaren e Force India.

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Mas Adrian Newey, diretor técnico da Red Bull, sabe que é preciso trabalhar já no Canadá as significativas mudanças aerodinâmicas para que na prova de casa, o GP da Áustria, dia 22, em algum momento Vettel e Ricciardo possam tentar criar alguma resistência a Hamilton e Rosberg.

A Red Bull conquistou tudo nos últimos quatro anos na F1 e não correu ainda diante dos seus fãs mais fiéis. O proprietário da equipe, Dietrich Mateschitz, é austríaco. Este ano será a primeira vez. É enorme o interesse pelo evento.

Mas apesar de os trechos de alta velocidade no Circuito Gilles Villeneuve não favorecerem a Red Bull, como Ricciardo já adiantou, pode ser que não a penalize em excesso. Isso se, de fato, a nova unidade motriz da Renault responder com mais potência e a disponibilize a seus pilotos se forma mais progressiva.

Parte das dificuldades de equilíbrio do modelo RB10 da Red Bull, bem como dos outros carros que correm com Renault, decorre de a unidade motriz francesa ser muito brusca na resposta de potência.

Além de Rob White, o próprio coordenador do projeto da Renault, Axel Plasse, afirmou: "Dentro em breve quem fará a diferença para vencer um GP não será mais o motor, mas o chassi da equipe".

Por que versão B do modelo F14T da Ferrari? Simples: a unidade motriz responderá com mais cavalos, depois de importante revisão no projeto eletrônico do motor e dos dois sistemas de recuperação de energia. Dois: tudo foi repensando no conjunto aerodinâmico. Aerofólios dianteiro e traseiro são novos, não apenas concebidos para as características de Montreal.

Mais: o assoalho, responsável por cerca de 40% da geração de pressão aerodinâmica, é outro, bem como tomadas de ar dos freios e uma série de pequenos detalhes estudados para potencializar a resposta dos macrocomponentes da aerodinâmica, aerofólios e assoalho.

Raikkonen já afirmou que ele e Alonso terão a agenda lotada amanhã. Usarão as duas sessões de uma hora e trinta minutos cada para entender o que a versão B da Ferrari pode produzir. James Allison, diretor técnico, já deu a entender que se a versão B do F14 T não representar um grande avanço a única saída é concentrar os esforços no modelo de 2015.

Esse quadro de revisão técnica conceitual dos carros de Red Bull e Ferrari aumenta bastante o interesse já pelo primeiro treino livre do GP do Canadá, sétimo do calendário, que pelo horário de Brasília começa, amanhã, às 11 horas.

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